
Em relação ao período pré-industrial (1850–1900), a elevação foi de 1,30°C. Esse é apenas o terceiro mês, nos últimos dois anos, em que os termômetros globais permaneceram abaixo da marca crítica de 1,5°C de aquecimento, limite estipulado pelo Acordo de Paris para evitar impactos climáticos catastróficos.
Mesmo sem bater os recordes de calor observados em junho de 2023 e 2024, o Copernicus alerta que a tendência de aquecimento global permanece constante e preocupante. O mês foi marcado por extremos térmicos: temperaturas muito acima da média em regiões da Europa, América do Norte, Ásia Central e Antártica Ocidental contrastaram com o frio atípico registrado na Argentina, Chile, Antártica Oriental e partes da Índia.
Esse desequilíbrio climático crescente, afirmam especialistas, reforça os efeitos da crise ambiental em curso. Eventos de frio intenso continuam ocorrendo, mas o padrão dominante é de aquecimento persistente, com consequências diretas para a saúde pública, agricultura, ecossistemas e economia global.
Mar Mediterrâneo registra recorde de calor oceânico
Além da atmosfera, os oceanos também enfrentaram temperaturas extremas em junho. No dia 30, o Mar Mediterrâneo Ocidental atingiu a maior temperatura média diária da superfície do mar já registrada para um mês de junho: 27°C, um desvio de 3,7°C acima da média histórica, representando a maior anomalia já observada na região em qualquer época do ano.
A média mensal da superfície do Mediterrâneo chegou a 20,72°C, o terceiro maior valor já registrado para junho, atrás apenas dos picos de 2024.
O aquecimento das águas contribuiu diretamente para a intensificação das ondas de calor que atingiram Portugal, Espanha, França e Itália no final do mês. Segundo os cientistas, oceanos mais quentes transferem mais calor para a atmosfera, gerando um ciclo de retroalimentação que agrava ainda mais as temperaturas em terra firme.
Os dados reforçam os alertas da comunidade científica: o planeta segue em aquecimento, e os sinais se tornam cada vez mais difíceis de ignorar.