
Entre 2019 e 2024, o Maranhão perdeu mais de 1,2 milhão de hectares de cobertura nativa, número que coloca o estado como um dos líderes em retrocesso ambiental no Brasil. O avanço da agropecuária sobre áreas de vegetação nativa, com conversão para lavouras e pastagens, segue como o principal vetor da devastação. Ambientalistas também alertam para a fragilidade no controle do uso da terra e a persistente falta de governança ambiental, especialmente nas áreas mais remotas do interior do estado.
Em resposta, o governo estadual afirma que houve uma redução de 33,6% na área desmatada em comparação com 2023, atribuindo o recuo à intensificação das ações de fiscalização e à execução de programas como “Maranhão Sem Queimadas” e “Floresta Viva”. Segundo a gestão, também houve avanço na regularização fundiária, uma das estratégias apontadas como fundamentais para frear o desmatamento ilegal.
Apesar da tentativa de mostrar progresso, os dados reforçam que o estado ainda enfrenta um desafio monumental no combate à degradação ambiental. Liderar o ranking nacional pelo segundo ano consecutivo evidencia que as medidas adotadas são insuficientes ou pouco efetivas diante da pressão do agronegócio. A preservação do Cerrado, bioma vital para os recursos hídricos e a biodiversidade do país, exige uma atuação mais firme, transparente e comprometida com o futuro ambiental do Maranhão.