Confronto em área indígenas do Maranhão com um morto e vários feridos

Um confronto ocorrido no município de Bom Jesus das Selvas/MA resultou na morte
do índio Paulo Paulino Guajajara, fato que aconteceu na última sexta-feira (1º), entre
as aldeias Lagoa Comprida e Jeninapo. Além dele, que era conhecido como “Lobo
Mau” e atuava como “Guardião da Floresta”, um madeireiro também morreu nesse
episódio, que aconteceu dentro da mata fechada. O líder indígena Laércio Souza Silva
está gravemente ferido.

No momento do confronto, o secretário de Estado de Direitos Humanos e Participação
Popular, Chico Gonçalves, estava em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão, ao lado do
secretário de Segurança Pública Jefferson Portela. Lá, ambos discutiram sobre o
assunto, para elaborar providências acerca do caso. Segundo a polícia, “Lobo Mau”
levou um tiro no pescoço, morrendo no local. Após a situação, o clima ficou tenso na
região. A Polícia Federal (PF) se deslocou imediatamente à vegetação, assim como a
Polícia Militar.
O Centro Tático Aéreo (CTA) sobrevoou a região. Equipes da Fundação Nacional do
Índio (Funai) estiveram no local. O Ministério Público Federal (MPF) está aguardando
o resultado das investigações da PF para tomar as medidas judiciais cabíveis. A
situação na Terra Indígena Araribóia já havia sido denunciada pelo grupo indígena que
acusava os madeireiros de ameaça. Segundo os indígenas, as ameaças aumentaram
após a apreensão de veículos utilizados na extração ilegal de madeira nas terras
indígenas.
A Terra Indígena Araribóia é composta por etnias indígenas Ka’apor, Guajajaras e
Awá-Guajás. As três tribos fazem parte de um grupo chamado “Guardiões da Floresta”
que é formado com o intuito de proteger a natureza. Eles evitam invasões de
madeireiros, incêndio e durante uma ronda na terra indígena, eles encontraram
acampamentos de madeireiros e veículos usados para transportar a madeira.
Conforme informações da tribo, “Lobo Mau” já vinha sofrendo ameaças havia anos,
segundo um cacique da região da etnia guajajara. "Ele era uma pessoa guerreira
mesmo, mas vinha sendo ameaçado há muito tempo, já. Ele andava de colete, não
andava desprotegido“, afirmou o cacique Antônio Wilson Guajajara.