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Polícia

Aplicativo criado pelo Icrim de São Luís para os peritos criminais é pioneiro no Brasil

O Instituto de Criminalística (Icrim) de São Luís está se destacando por apostar em
inovações tecnológicas para agilizar o trabalho dos peritos criminais. O órgão criou
um aplicativo, de gênero Tablet em Local de Crime (TLC) e software Inlaudo, que
produz laudos periciais e auxilia virtualmente na coleta de vestígios. A plataforma é
pioneira no Brasil por ter sido criada em território maranhense.

Entrevistado pelo jornalista Nelson Melo, o perito criminal Robson Mourão, diretor do
Icrim de São Luís, relatou que a tradicional prancheta, que estava sendo utilizada pelos
profissionais forenses desde a década de 1970, foi “aposentada”. Isto devido à criação
do TLC/Inlaudo, que já está na sua 15ª atualização. Desde a primeira versão, o
aplicativo ganhou modificações importantes até chegar ao formato atual, cuja
tecnologia é impressionante.

Robson, que possui graduação em Física e Direito, mencionou a importância do
aplicativo em termos práticos e também na celeridade do trabalho. Em abril, maio e
junho deste ano, relembrou o perito criminal, houve um mutirão no Icrim de São Luís
que resultou na emissão de 1.506 laudos. Segundo Mourão, sem o TLC, ou seja, se
ainda fosse utilizada a prancheta, essa quantidade de laudos, no referido período, seria
muito menor.

Mensalmente, prosseguiu Robson Mourão, está sendo produzida uma média de 500
laudos periciais por meio do aplicativo, que foi criado por uma equipe composta pelo
entrevistado, Walleson Nonato, Emerson, Gláucio Lima e Marcio Kueiton. O diretor
do Icrim de São Luís mostrou à reportagem que os peritos levam aos locais de crime

os tablets e abrem o aplicativo, que já fornece a coordenada geográfica de lá. Tudo é
monitorado e acompanhado diretamente da sede do Instituto de Criminalística, nas
dependências da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), no Campus do Bacanga.

Dependendo da situação, o perito escolhe as opções referentes a acidentes de trânsito,
mortes, patrimônio, engenharia ou vistoria em geral. No aplicativo, há diversas tarefas
realizadas pelo profissional forense das externas, como o preenchimento do croqui,
dos dados da vítima ou informações do local. O perito criminal também bate quantas
fotos quiser da cena, de diversos ângulos. Ao final, o laudo aparece no tablet, sendo
que pode ser editado para acrescentar ou modificar algo.

Depois disso, o laudo é impresso e assinado pelo perito responsável. Além disso,
frisou Robson, o profissional segue, pelo aplicativo, o Procedimento Operacional
Padrão (POP), que fornece os caminhos que orientarão os peritos criminais em
qualquer situação, seja morte violenta ou acidente de trânsito sem óbito. Outra
vantagem do TLC/Inlaudo é que abre outros laudos já salvos na plataforma em caso de
alguma consulta necessária.

O diretor do Icrim/São Luís recordou um caso investigado pelo Departamento de
Feminicídios da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) em
março deste ano, quando o pedreiro Marcos Vinícius Rocha confessou ter matado duas
mulheres na mesma região, na Estrada do Bom Jardim, na Andiroba, perto da
Juçatuba. Primeiramente, ele foi capturado por ter assassinado de Aridelma de Fátima
Oliveira Bezerra, 38, em fevereiro.

A delegada Viviane Fontenelle, titular do Departamento de Feminicídio, comentou na
época que, segundo depoimento do autor, ele e Aridelma estavam ingerindo bebida

alcoólica em um bar no Jardim América, e, de lá, decidiram ir a outro local, para que
continuassem bebendo. Os dois saíram em mototáxis, que os deixou na Juçatuba, onde
o pedreiro levou Fátima para o mato.

Marcos declarou que houve uma relação sexual consensual no matagal, mas decidiu
matá-la por estrangulamento porque estava com medo de que ela fizesse uma
“casinha” para ele. Em depoimento, o autor admitiu que matou outra mulher na mesma
vegetação, sendo que aquela vítima estava em avançado estado de decomposição e foi
encontrada em uma área de brejo.

A mulher foi achada na noite do dia 8 de dezembro do ano passado, também despida,
como Aridelma, que foi encontrada morta no dia 5 de fevereiro, em um matagal que dá
acesso à vegetação onde a outra vítima foi localizada. O diretor Robson Mourão
revelou que a ligação entre os dois crimes para o mesmo autor foi possível graças ao
aplicativo criado pelo Icrim/São Luís, pois, quando o perito criminal trabalhava no
“Caso Aridelma”, a plataforma indicou que o corpo de outra mulher havia sido
encontrado ali próximo, em circunstâncias parecidas.

Por essa e outras vantagens do aplicativo, a plataforma – que surgiu também com o
apoio importante do superintendente de Polícia Técnico-Científica (SPTC) do
Maranhão, Miguel Alves – está sendo objeto de desejo de peritos criminais de outros
estados brasileiros. Mas, antes de ser compartilhado em outras regiões por meio de
parcerias, Robson pretende levar a tecnologia para o Icrim de Timon e Imperatriz/MA.
Foto: Robson Mourão é diretor do Icrim de São Luís e possui vasta experiência na
Ciência Forense

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