Oito pessoas são presas por latrocínio de italiano morto com golpes de facão

A Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) capturou,
nessa quarta-feira (3), oito pessoas envolvidas na morte do italiano Carmélo Mario
Calabrêse, de 65 anos, cujo corpo foi encontrado no dia 8 de março deste ano boiando
no Rio Tibiri, zona rural de São Luís. A vítima foi morta após uma mulher ter
aparecido na residência dele para fazer “programa”, sendo que ela já tinha combinado
com os comparsas para invadirem o local.
Em entrevista coletiva realizada na manhã de ontem, o delegado Jeffrey Furtado, da
SHPP e responsável pela investigação, disse que as equipes deram cumprimento a
mandados de prisão temporária durante as incursões. Foram capturados Arthur Silva
Rocha, o “Chita”; Milena da Conceição Santana; Manoel de Jesus Gomes da Silva;
Lucas Sá Menezes Silva; Airton da Silva Cruz; Cleudilene Silva Fonseca, a
“Chinesinha”, Anderson Soares Paulino, o “Lourinho”, e Lucas Matheus Alves da
Conceição, o “Piu-Piu”, que foi o último encontrado.
Todos os mandados de prisão temporária foram decretados, conforme Jeffrey, pela
Central de Inquéritos da Comarca de São Luís. Conforme o delegado, nem todos
participaram diretamente do crime, pois há investigados que atuaram na receptação de
objetos subtraídos do italiano e na tentativa de desmanchar o carro da vítima, Fiat
Siena, de placa NNE-4452, que foi encontrado abandonado na Vila Esperança, zona
rural de São Luís, no meio de uma rua, poucos dias após o latrocínio de Carmélo.
Diretamente do crime, participaram, segundo o delegado da SHPP, Anderson, Arthur,
Milena e Cleudilene. Indiretamente, ou seja, na receptação de objetos roubados,
atuaram os demais presos.
A dinâmica do crime
De acordo com Furtado, no dia 7 de março, Milena, Arthur, Anderson e Cleudilene se
reuniram na Vila Esperança e decidiram levar objetos da residência do italiano. De lá,
os três seguiram em um ônibus até o Alto do Laranjal, no município de Paço do
Lumiar, onde Mario Calabrêse morava sozinho. Milena da Conceição, como já
conhecia a vítima, entrou na casa acompanhado de “Chinesinha”, pois esta foi
oferecida para “fazer programa” com o dono da casa, que se relacionava com várias
mulheres.
Porém, quando as duas mulheres estavam na casa, sendo que a porta foi aberta pelo
próprio italiano, os demais comparsas invadiram o local e anunciaram o assalto. Nesse
instante, segundo depoimento de Milena, “Chita” ficou furioso ao olhar “Chinesinha”,
que é amante dele, deitada com Carmélo. Então, ele, com ciúmes, e Anderson partiram
para cima da vítima e o mataram com golpes de facão e pauladas, de acordo com
declarações de Furtado.
Depois de escolherem objetos da residência, como TV, notebook, bebidas e dinheiro, o
grupo arrastou o corpo do quarto até a varanda, onde os suspeitos colocaram o cadáver
no carro da vítima, enrolado em lençóis, segundo o delegado. Jeffrey contou que os
investigados seguiram até a Reserva do Batatã e esconderam o veículo. E, em seguida,
jogaram o corpo de Carmélo no mangue, sendo que a maré o arrastou até o Rio Tibiri,
onde foi encontrado por pescadores no dia 8 de março.
O corpo dele, como narrou Jeffrey, ficou preso a uma rede de pesca, ocasião em que
foi encontrado pelos pescadores. O delegado da SHPP comentou que os suspeitos
retiraram o Fiat Siena do Batatã e levaram o carro até a Vila Aliança, lá próximo, no
terreno de Lucas Sá, o “Luquinha”. Nas palavras de Furtado, “a intenção do grupo era
desmanchar o automóvel e vender todas as peças”.
No entanto, como a imprensa divulgou que o corpo do italiano havia sido identificado
no Instituto Médico Legal (IML) e também veiculou sobre as características do carro
da vítima, os envolvidos decidiram se desfazer do automóvel e o deixaram
abandonado na Vila Esperança. O delegado frisou que Manoel ainda tentou incendiar
o Fiat Siena antes de deixar no meio da rua. Mas a investigação descobriu tudo e
representou pela prisão de cada membro.
Jeffrey Furtado destacou que, além do cumprimento de mandados de prisão
temporária, os suspeitos também foram autuados por associação criminosa, uma vez
que todos integram uma facção.