A Polícia Civil do Maranhão concluiu o inquérito e indiciou o pai, a mãe e o tio de João Pedro Moraes Lima, uma criança de 12 anos que foi encontrado de casa no dia 13 de outubro de 2020, no bairro do Moropoiá, no município de São José de Ribamar, Região Metropolitana de São Luís.
Segundo o delegado que está a frente do caso, as investigações foram baseadas em laudos periciais e depoimentos de testemunhas, além dos investigados. Os pais da vítima, identificados como José Nogueira de Araújo Lima e Gabrielly Bezerra Moraes de Lima alegando inocência, disseram que no momento do crime eles estavam trabalhando e que o menino estava sozinho em casa.
Na época, João Pedro foi encontrado sem vida, no sofá da residência com um tiro na região superior da cabeça. A principiou a polícia tratou o caso como crime de suicídio, mas logo a hipótese foi rechaçada.
O perito Jocélio Castro que trabalhou no caso, explicou por que foi descartado a condição de suicídio: ”Primeiro porque a localização da lesão na região superior da cabeça é atípica para que recorre ao suicídio. Tecnicamente, é impossível que tenha efetuado o disparo com a mão direita e ele, segundo familiares, era destro. O tiro foi da esquerda para direita”, justificou.
O perito ainda complementou afirmando a falta de preservação do cenário do crime, visto que a porta do quintal da residência estava com indícios de arrombamento. A Polícia Civil também indiciou uma terceira pessoa, o tio de João Pedro, o Capitão reformado da Polícia Militar Walter Washington Teixeira, que é irmão da mãe do menino. Ele é o dono do revólver calibre 38 usado para ceifar a vida da vítima. O Capitão dias depois apresentou uma arma de fogo, porém esta não foi compatível com a utilizada no crime, aponta o confronto balístico.
Em depoimento, o militar informou que deixou a armada na casa do cunhado, pois iria fazer uma viagem e não tirou a arma da cena do crime. ”Ele informou que, quando chegou ao local, a arma não estava mais lá. Alguém tinha retirado do local do fato, mas essa informação estamos examinando. Ele disse que um vizinho a entregou depois”, disse durante depoimento ao delegado-adjunto Paulo de Tarso.
Nos desdobramentos das investigações, em janeiro de 2021 a polícia cumpriu mandados de buscas e apreensão em três endereços ligados aos indiciados. No apartamento do casal, no Condomínio Villagio dos Pássaros III, os policiais encontraram em um dos compartimentos munições calibre 38. Por esse motivo, o pai e a mãe foram presos em flagrante pela posse de munição, mas foram soltos. A verdadeira arma do crime ainda não foi encontrada.
O pai, a mãe e o tio aguardam em liberdade. Após toda a investigação a Polícia Civil concluiu o inquérito que agora passa a depender do Poder Judiciário.