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Dormir pouco não te deixa apenas cansado, segundo esta pesquisa o cérebro entra em modo de autoconsumo

Reprodução/ Pixabay

A necessidade de dormir vai muito além de simplesmente reabastecer os níveis de energia a cada 12 horas. O cérebro muda de estado quando dormimos para eliminar os subprodutos tóxicos da atividade neuronal que permanecem durante o dia. Portanto, há sérias consequências se você não conseguir descansar o suficiente.

Uma equipe liderada pelo neurocientista Michele Bellesi, da Universidade Politécnica de Marche, na Itália, examinou a resposta do cérebro de mamíferos a maus hábitos de sono e encontrou uma estranha semelhança entre ratos descansados ​​e sem sono.

Os pesquisadores descobriram que o sono persistentemente ruim faz com que o cérebro elimine uma quantidade significativa de neurônios e conexões sinápticas, e a recuperação do sono pode não ser capaz de reverter os danos. Simplificando, o cérebro acaba se “comendo” por falta de sono.

COMPONENTES DESSE MECANISMO

Como as células de outras partes do corpo, os neurônios são constantemente atualizados por dois tipos diferentes de células da glia: células de suporte que proporcionam nutrição e ao sistema nervoso.

As células microgliais são responsáveis ​​pela limpeza das células velhas e desgastadas através de um processo chamado fagocitose. Voltando à aula de ciências, isso é uma reciclagem de restos celulares no qual células consomem outras células pouco produtivas.

O trabalho dos astrócitos é podar sinapses desnecessárias (conexões) no cérebro para atualizar e remodelar a fiação. Esse processo ocorre quando dormimos para eliminar o desgaste neurológico do dia, mas agora parece que o mesmo acontece quando começamos a perder o sono.

RESUMINDO

“No curto prazo, isso pode ser benéfico: limpar resíduos potencialmente perigosos e reconstruir circuitos desgastados poderia proteger conexões cerebrais saudáveis. Mas pode causar danos no longo prazo e explicar por que uma falta crônica de sono coloca as pessoas em risco de contrair o mal de Alzheimer e outros distúrbios neurológicos”, diz Bellesi.

Ainda não está claro se dormir mais pode proteger o cérebro ou resgatá-lo dos efeitos de algumas noites sem dormir. Os pesquisadores planejam investigar quanto tempo duram os efeitos da privação do sono.

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