Esta não é a primeira vez que a chapa de Ary Menezes é questionada na Justiça Eleitoral. O prefeito e o vice já haviam sido cassados em primeira instância por supostas práticas ilícitas, como compra de votos, doação de materiais de construção, promessas de cargos públicos e repasses de dinheiro via Pix, além da distribuição de telhas. Apesar da condenação, ambos permanecem nos cargos enquanto recorrem da decisão.
No novo processo, o MPE sustenta que a diferença de apenas dois votos entre Ary Menezes e o segundo colocado evidencia o impacto direto do vídeo fraudulento no resultado da eleição. O material foi exibido no evento “Carreta Cine Lula”, realizado em 22 de setembro de 2024, e amplamente divulgado nas redes sociais do prefeito. No vídeo, o presidente Lula aparecia declarando apoio à candidatura, fato negado oficialmente pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo o Ministério Público, há provas contundentes de que o vídeo foi manipulado de forma consciente e dolosa. Testemunhas ouvidas no processo confirmaram a falsificação, inclusive uma indicada pela própria defesa. O órgão também destacou que Ary Menezes e Ronildo participaram pessoalmente do evento em que o vídeo foi exibido, demonstrando, segundo o MPE, a intenção de enganar os eleitores.
Para o Ministério Público Eleitoral, o caso representa um grave atentado à legitimidade do voto, especialmente em um município onde Lula obteve 80,48% dos votos nas eleições presidenciais de 2022. O uso de tecnologia para criar uma falsa declaração de apoio do chefe do Executivo federal, segundo o órgão, corrompeu a vontade popular e distorceu o processo democrático.
Com base nas provas reunidas, o MPE renovou o pedido de cassação dos mandatos de Ary Menezes e Ronildo Costa, além de solicitar que ambos sejam declarados inelegíveis. O processo segue em análise pelo juiz eleitoral da 80ª Zona Eleitoral, responsável pelo município de Nova Olinda do Maranhão.

