Depois de dois meses consecutivos de deflação, São Luís registrou a maior taxa de inflação entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE em setembro de 2025, com alta de 1,02% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O resultado superou amplamente a média nacional, que ficou em 0,48%, e marcou o maior índice para um mês de setembro desde que a capital maranhense passou a integrar o sistema de levantamento do IBGE, em 2018.
O aumento foi fortemente influenciado pelo reajuste de 18,62% na tarifa de energia elétrica residencial, em vigor desde 28 de agosto, e pela manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. Com isso, o subitem energia elétrica teve alta de 27,30%, respondendo sozinho por 1,28 ponto percentual do IPCA de São Luís — o maior impacto entre todos os componentes. A habitação, que engloba esse subitem, acumulou alta de 9,37% no mês e foi responsável por mais de 97% da inflação local, ao lado de saúde e cuidados pessoais (0,60%).
No acumulado de 2025, a inflação da capital maranhense subiu de 2,60% em agosto para 3,65% em setembro, superando a média nacional (3,64%). Em 12 meses, o IPCA de São Luís atingiu 5,32%, acima do teto da meta inflacionária de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional. Desde junho, a cidade mantém inflação acima desse limite.
Entre os grupos de despesa, habitação e saúde lideraram as altas no ano, com 11,34% e 6,21%, respectivamente. Em contrapartida, alimentação e bebidas registraram a quinta queda mensal seguida (-1,06%), pressionadas pela redução nos preços de carnes (-1,28%), pescados (-3,16%), tomate (-18,47%) e cebola (-7,18%). O grupo comunicação foi o único com deflação no acumulado do ano (-0,77%).
O levantamento do IBGE mostra que, em setembro, todas as 16 regiões pesquisadas registraram inflação, o que não ocorria desde maio. A menor taxa foi observada em Salvador (0,17%). O IPCA nacional é calculado com base em famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos e reflete a variação média dos preços entre 30 de agosto e 29 de setembro de 2025.
Ranking do IPCA em setembro de 2025 – Regiões pesquisadas pelo IBGE
Posição Região Variação (%): 1º São Luís (MA) 1,02; 2º Grande Vitória (ES) 0,76; 3º Goiânia (GO) 0,75; 4º São Paulo (SP) 0,57; 5º Recife (PE) 0,56; 6º Campo Grande (MS) 0,55; 7º Aracaju (SE) 0,52; 8º Porto Alegre (RS) 0,50; 9º Rio de Janeiro (RJ) 0,48; 10º Brasília (DF) 0,46; 11º Fortaleza (CE) 0,41; 12º Curitiba (PR) 0,38; 13º Belo Horizonte (MG) 0,37; 14º Belém (PA) 0,31; 15º Rio Branco (AC) 0,27; 16º Salvador (BA) 0,17