Uma aeronave avaliada em R$ 2,8 milhões está no centro de uma nova conexão entre o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como figura-chave no esquema de fraudes bilionárias contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), investigado pela Operação Sem Desconto da Polícia Federal.
O avião modelo Beech Aircraft F90, prefixo PT-LPL, pertence ao advogado Erik Marinho, que atua na defesa de Antunes junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com documentos obtidos pelo portal Metrópoles, a aeronave foi utilizada por Antunes em pelo menos duas ocasiões em 2024: nos dias 2 de fevereiro e 13 de julho, em voos com origem em um aeroporto executivo de São Paulo.
Nos últimos meses, o senador Weverton também foi flagrado utilizando o mesmo jatinho em deslocamentos entre São Luís, Brasília e São Paulo. Ele foi fotografado desembarcando da aeronave nos dias 1º e 15 de setembro, no Aeroporto Internacional de Brasília.
Segundo o próprio parlamentar, os voos seriam apenas “caronas” e ele nunca teria viajado na companhia de Antunes. Já o proprietário do avião, Erik Marinho, confirmou que tanto o senador quanto o lobista fazem uso da aeronave, mas afirmou se tratar de uma “mera coincidência”.
No entanto, o uso compartilhado da aeronave levanta novas suspeitas sobre as ligações do senador com investigados no escândalo do INSS, que já movimentou mais de R$ 6 bilhões em fraudes previdenciárias, conforme apontam as investigações da Polícia Federal.
A relação de Weverton com nomes ligados ao caso não para por aí. No último domingo (21), o portal Metrópoles revelou que Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor e aliado político do senador, concedeu procuração bancária a Rubens Oliveira Costa, conhecido como o “homem da mala” do Careca do INSS, permitindo que este movimentasse recursos da empresa GM Gestão Ltda., pertencente a Gaspar.
Além disso, reportagem veiculada na quarta-feira (24) mostrou que um veículo registrado em nome de Gustavo Gaspar foi colocado à venda pelo próprio Antônio Antunes, reforçando os indícios de relações entre figuras próximas ao senador e o grupo investigado pela Polícia Federal.
A Operação Sem Desconto, deflagrada em agosto deste ano, apura um dos maiores esquemas de fraude previdenciária da história recente do país, envolvendo advogados, servidores públicos, lobistas e empresários. O caso segue sob sigilo judicial em parte dos autos, e os desdobramentos continuam sendo acompanhados pelas autoridades federais. (Com informações do Site Metropoles)