Após quase oito meses do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), uma caminhonete foi retirada do fundo do Rio Tocantins nesta quarta-feira (20). A operação foi coordenada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com apoio da Marinha do Brasil, e representa a primeira remoção de um dos veículos envolvidos no acidente.
A estrutura da ponte desabou em 22 de dezembro de 2024, fazendo com que diversos veículos, incluindo caminhões, carros e motos, caíssem no rio juntamente com os escombros do vão central. Ao todo, 18 pessoas foram atingidas pela tragédia: 14 corpos foram localizados, uma vítima sobreviveu, e três seguem desaparecidas.
A operação de retirada da caminhonete envolveu oito mergulhadores, balões de reflutuação com capacidade de até cinco toneladas, além de rebocadores e um guindaste para içar o veículo até a margem. O processo foi registrado por autoridades locais, incluindo o vereador de Aguiarnópolis Elias Júnior, que também havia documentado o momento exato do colapso da ponte, no fim do ano passado.
De acordo com o DNIT, ainda permanecem submersos no rio quatro caminhões e dois veículos de médio porte, alguns deles presos a escombros ou soterrados. A expectativa é de que a remoção total dure pelo menos três meses, devido à complexidade da operação e à necessidade de seguir rigorosos protocolos de segurança.
Veículos com carga perigosa continuam no leito do rio
Entre os veículos ainda no fundo do rio, três caminhões transportavam cargas perigosas, incluindo ácido sulfúrico e agrotóxicos. Um laudo da Polícia Federal, divulgado em maio de 2025, indicou que cerca de 1.300 galões com substâncias químicas foram identificados no local, mas apenas 29 haviam sido removidos até aquele momento.
A Marinha do Brasil validou recentemente os protocolos de segurança necessários para a retomada das ações, que incluem mapeamento do fundo do rio e avaliação das condições de estabilidade dos veículos. As atividades contam ainda com o acompanhamento do Ibama, que realiza vistorias técnicas para garantir que os trabalhos não causem danos ao meio ambiente. Um novo relatório ambiental está em fase de elaboração.
Tragédia anunciada
O desabamento da ponte foi registrado ao vivo pelo vereador Elias Júnior, que fazia uma transmissão para alertar sobre as más condições estruturais da via. No momento do colapso, duas caminhonetes, um carro, três motos e quatro caminhões atravessavam o trecho. Os escombros da ponte foram implodidos em fevereiro deste ano, após avaliação técnica das autoridades.
As investigações sobre as causas da tragédia continuam em andamento.