A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do Voranigo (vorasidenibe), um medicamento oral de uso diário para o tratamento de câncer cerebral. Ele é indicado para pacientes a partir de 12 anos diagnosticados com gliomas difusos de baixo grau, como astrocitomas e oligodendrogliomas, que apresentem mutações nas enzimas IDH1 ou IDH2, já tenham passado por cirurgia e não precisem, no momento, de radioterapia ou quimioterapia.
O Voranigo age inibindo as enzimas mutadas IDH1 e IDH2, que produzem substâncias responsáveis por estimular o crescimento de células tumorais. Ao bloquear essa ação, o medicamento retarda a progressão da doença e contribui para reduzir o volume do tumor, oferecendo mais tempo de controle clínico para o paciente.
Fabricado pela farmacêutica Servier, o remédio já pode ser prescrito no país, mas o acesso dependerá de novas etapas, como a inclusão no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para cobertura por planos de saúde e a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) para possível disponibilização na rede pública. Esses trâmites envolvem análise de custo-benefício e impacto orçamentário, o que pode prolongar o prazo para que a nova opção chegue a todos os pacientes.