A Grande Ilha formada por São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, encerrou o mês de julho sob um cenário de violência assustador. Segundo levantamento do Jornal Itaqui-Bacanga, com base no Relatório Quantitativo Diário de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) da SSP-MA, atualizado nesta sexta-feira (1º), foram registrados 35 homicídios violentos na região apenas no último mês.
A maior parte desses crimes está diretamente ligada ao tráfico de drogas e à disputa entre facções criminosas, que travam batalhas sangrentas por controle de território. No meio desse conflito armado está a população trabalhadora e inocente, que segue refém da insegurança, exposta ao medo e à violência diária.

Do total de homicídios, 34 foram cometidos com armas de fogo, reforçando o caráter violento e letal das ações e o fácil acesso de criminosos a armamentos pesados.
Além das mortes violentas, o mês de julho também foi marcado por um aumento expressivo no número de assaltos, sequestros e casos de violência contra a mulher, evidenciando um colapso mais amplo na sensação de segurança tanto na capital quanto nas cidades vizinhas. Entre os registros, constam ainda um feminicídio, um latrocínio (roubo seguido de morte) e uma morte ainda sob investigação.
O clima de insegurança se estende também para o interior do Maranhão. A região da Baixada Maranhense, por exemplo, vem acumulando ocorrências de crimes violentos, principalmente homicídios ligados ao tráfico e assaltos a mão armada, aprofundando ainda mais o cenário de medo.
Especialistas em segurança pública afirmam que o estado enfrenta uma crise de comando e estratégia no setor, com falhas visíveis na presença ostensiva, na inteligência policial e na coordenação das ações repressivas. Há também críticas à falta de liderança firme e técnica à frente da segurança pública, o que compromete a capacidade de resposta do Estado diante da escalada da violência.
Diante desse quadro, a população pede medidas urgentes. Combate ao tráfico, reforço policial, políticas sociais nos bairros mais atingidos e ações de enfrentamento à violência de gênero são algumas das demandas mais urgentes. Enquanto isso, a rotina de medo continua sendo parte do dia a dia de quem vive na Grande Ilha, onde, cada vez mais, o crime se organiza e a segurança parece perder terreno.