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Maranhão figura entre os mais violentos do país, aponta Anuário de Segurança

Polícia Civil também investiga homicídio de jovem no Jardim América (Foto: reprodução)

Foto ilustrativa

O Maranhão ocupa a sexta posição entre os estados mais violentos do Brasil em 2024, segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quarta-feira (24). O estado registrou uma taxa de 30,4 mortes violentas intencionais (MVI) por 100 mil habitantes, superando a média nacional, que é de 20,8 por 100 mil.

Apesar de não ter nenhuma cidade entre as 20 mais violentas do país, o Maranhão apresentou um crescimento de 12,1% na taxa de mortes violentas em relação ao ano anterior, quando o índice era de 27,1. A estatística inclui homicídios dolosos, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios.

O ranking é liderado pelo Amapá, com taxa de 45,1 mortes por 100 mil habitantes, seguido por Bahia (40,6), Ceará (37,5), Pernambuco (36,2) e Alagoas (35,4). O estado com o menor índice de violência letal é São Paulo, com apenas 8,2 mortes por 100 mil habitantes.

Perfil das vítimas e causas da violência

De acordo com o relatório, as vítimas da violência letal no Maranhão seguem o padrão nacional: em sua maioria são jovens negros, homens de até 29 anos, assassinados com uso de arma de fogo em vias públicas. A ausência de políticas de prevenção, aliada à atuação de facções criminosas e ao tráfico de drogas, são apontadas como causas principais do aumento da violência no estado.

Letalidade policial em alta

Outro dado alarmante é o crescimento da letalidade policial no Maranhão, que teve aumento de 22,4% em 2024. O dado acende um sinal de alerta sobre possíveis abusos por parte das forças de segurança e a fragilidade da atuação estatal no controle da violência, especialmente nas periferias urbanas.

Conflito entre facções e desigualdade social

A disputa por territórios entre facções criminosas, principalmente na Grande São Luís e em cidades do interior, continua sendo um dos principais fatores por trás dos homicídios no estado. A desigualdade social, a falta de oportunidades e o crescimento do tráfico de drogas contribuem para o aliciamento de jovens e para a intensificação dos conflitos armados.

Queda em outros crimes, mas cenário ainda preocupante

Apesar do aumento nas mortes violentas, o Maranhão apresentou redução em outras categorias criminais. Houve queda em casos de feminicídio (-32%), latrocínio (-40%) e crimes sexuais. Ainda assim, especialistas alertam que os avanços em algumas frentes não compensam o aumento expressivo da violência letal.

Desafio para os gestores públicos

O cenário revela um desafio urgente para o governo do estado, que precisa ampliar investimentos em segurança, valorização das polícias, inteligência investigativa e, principalmente, em políticas sociais que combatam as raízes da violência. O enfraquecimento da atuação do Estado nas áreas mais vulneráveis tende a ampliar ainda mais os números, caso medidas efetivas não sejam adotadas.

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