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Brasileiros vão pagar R$ 47 bilhões em subsídios na conta de luz em 2025

Os consumidores brasileiros devem arcar com cerca de R$ 47 bilhões em subsídios embutidos na conta de luz ao longo de 2025. O valor, que será pago de forma diluída nas tarifas de energia elétrica, representa um dos principais componentes do que os especialistas chamam de “conta de luz turbinada”.

A estimativa foi divulgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e refere-se aos chamados encargos setoriais — uma série de subsídios que beneficiam desde produtores rurais até regiões com menor acesso à energia, como a Amazônia Legal.

Na prática, esses custos são transferidos diretamente para o consumidor final, elevando o valor pago mensalmente nas faturas de energia. Entre os principais itens financiados estão:

descontos para irrigação e aquicultura;

subsídios para a tarifa social de baixa renda;

compensações a distribuidoras que atuam em áreas isoladas;

incentivo à geração de fontes renováveis, como solar e eólica.

Embora tenham finalidades sociais e estratégicas, os subsídios vêm crescendo ano após ano, e já representam cerca de 20% da tarifa média paga pelas famílias brasileiras. A crítica recorrente de especialistas e órgãos de controle é a falta de transparência e a dificuldade em revisar esses custos, que muitas vezes são definidos por leis ou por decisões políticas, sem avaliação de impacto econômico para os consumidores.

Em 2024, os encargos já ultrapassaram os R$ 40 bilhões. A projeção para 2025 reforça o peso estrutural desses subsídios no sistema elétrico nacional.

A Aneel e o Ministério de Minas e Energia vêm discutindo alternativas para reduzir gradualmente esse volume de repasses ao consumidor, mas mudanças dependem de aprovação legislativa e enfrentam resistência de setores beneficiados.

Enquanto isso, o brasileiro segue arcando com uma conta de luz que carrega, além do consumo, uma série de encargos que, muitas vezes, passam despercebidos — mas que fazem diferença no fim do mês.

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