Apesar da desaceleração pontual, o café ainda acumula alta expressiva de 86,5% nos últimos 12 meses. O recuo recente é atribuído principalmente ao avanço da colheita da safra brasileira, que começou em março e atinge seu auge nos meses de junho e julho, elevando a oferta do produto no mercado interno e pressionando os preços para baixo.
A expectativa é de que a tendência de queda se mantenha nos próximos meses, conforme a safra continua sendo colhida e processada. No entanto, analistas do setor alertam para incertezas no cenário internacional, que podem interferir na estabilidade dos preços.
Entre os fatores de risco está a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, incluindo o café. O país norte-americano é o maior comprador do café nacional, respondendo por cerca de 16% das exportações. A medida protecionista preocupa o setor e pode afetar diretamente a balança comercial do produto.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) acredita, porém, que mercados alternativos como China, Índia, Indonésia e Austrália, já importadores do café brasileiro, podem ampliar suas compras e compensar parte das perdas provocadas pelas barreiras tarifárias impostas pelos EUA.