O município de Porto Rico do Maranhão enfrenta uma crise institucional sem precedentes. Sob a gestão do prefeito Aldo Brown (PL), denúncias apontam para um suposto esquema de desvio de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), envolvendo membros do alto escalão municipal e empresas de fachada.
Investigações revelam que o secretário municipal de Educação, Jorge Aidson Mendes Rabelo, utilizou recursos do FUNDEB para pagar uma folha de pagamento fictícia, incluindo funcionários fantasmas e supostas transferências de gratificações para o vice-prefeito Zequinha (PRD) e para sua esposa. Além disso, a contratação de empresas com valores exorbitantes e serviços não prestados, como fornecimento de material de limpeza, evidencia o desvio de verbas destinadas à educação.
Na lista de pagamento, conforme consta no documento obtido pela redação em 31 de dezembro de 2024, Clenivalda Lemos Abreu recebeu uma quantia de R$ 19.000,00 (Dezenove mil reais) e outra parcela de quase R$ 80 mil reais das contas do FUNDEB, o detalhe é que segundo denúncias, a beneficiária não tem nenhum vínculo com o setor de Educação.

Uma das empresas que aparecem abocanhando quase R$ 200.000,00 mil da Educação é a TR Comércio e Serviços, localizada no bairro Vinhais, na capital maranhense. A contratada teria que fornecer produtos de higiene e limpeza, entre eles álcool em gel, copo descartável, desinfetante, cestos de lixo, baldes plásticos, prato descartável, sabonete em barra, saco de lixo, toalha de mão, vassoura e avental, porém os profissionais afirmam que esse material nunca chegou as unidades da secretaria de Educação de Porto Rico do Maranhão.
A prefeitura de Porto Rico, por meio da do secretário municipal, também autorizou o pagamento de R$ 181.191,49 (cento e oitenta e um e cento e noventa e um reais e quarenta e nove centavos) à empresa S.I.L. Mendes Ltda (Gráfica Mendes) localizada em Pinheiro. A empresa recebeu o valor vultoso para fornecer diários para diversas séries, capas de dossiê, ficha de histórico, bloco de declaração, banner, faixa de lonas, envelopes, o que também é constatado, pois o material não é encontrado nas escolas.
Profissionais da educação estão indignados com a situação, vendo os recursos desaparecerem sem beneficiar as escolas e os alunos. As denúncias já foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual e Federal, dada a gravidade dos fatos e o envolvimento de recursos federais.
Este caso reforça a necessidade de uma fiscalização rigorosa e de uma atuação firme das autoridades para combater a corrupção e garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma transparente e em benefício da população.