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Depoimento do Tenente Cássio de Almeida Soares à Polícia Militar do Maranhão

Tenente Cássio

O Tenente Cássio de Almeida Soares, de 35 anos, lotado no 1º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), prestou depoimento à Polícia Militar do Maranhão após ser preso por envolvimento no assassinato do Capitão Breno Marques Cruz, ocorrido na manhã de quinta-feira, 29 de maio.

Acompanhado de sua advogada, Samira Simas de Sousa, o tenente relatou que, ao chegar à Academia de Polícia Militar Gonçalves Dias (APMGD), em São Luís, teria sofrido um “surto de raiva incontrolável”, não se lembrando de grande parte dos acontecimentos subsequentes. Ele afirmou que saiu de casa por volta das 7h20min para trabalhar e, ao chegar na APMGD, não conseguiu controlar suas emoções.

Cássio negou ter procurado diretamente o Capitão Breno, mencionando que cumprimentou a guarda e seguiu até o Corpo de Alunos do Curso de Formação de Oficiais (CFO), onde alegou ter ido apenas para tomar água. Sobre o momento do crime, afirmou que só atirou porque o Capitão Breno “sacou a arma” contra ele.

Em relação ao histórico entre os dois, o tenente reconheceu que já haviam tido desentendimentos anteriores por “assuntos funcionais”, incluindo um Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado após comunicação de Breno relatando que Cássio estaria falando mal dele. Por sua vez, Cássio disse ter registrado boletins de ocorrência contra Breno e o Capitão Vilar por assédio moral e por divulgarem a denúncia em grupos de WhatsApp.

Durante o depoimento, Cássio revelou que está em tratamento psiquiátrico, tomando antidepressivos, ansiolíticos e medicamentos contra pensamentos suicidas. Ele sofre de transtorno bipolar e, nos dois dias anteriores ao crime, estava sem tomar os remédios. Segundo ele, isso o coloca em estado de risco, com “surtos de autodestruição”, e contou que já havia tentado tirar a própria vida enquanto estava afastado das atividades da PMMA por recomendação da Junta Médica de Saúde (JMS).

O tenente afirmou ainda que nunca recebeu acompanhamento psicológico por parte de seus superiores, mesmo durante o período de instabilidade emocional. Ele autorizou o acesso ao conteúdo de seu celular mediante desbloqueio por biometria, no curso da investigação.

Cássio declarou que sua arma está devidamente regularizada, mas confirmou que, durante o afastamento médico, havia restrição ao seu uso. Ele também disse nunca ter sido punido anteriormente nem ter respondido a outro processo criminal.

Ao final do depoimento, o tenente alegou que, após sua prisão, outro oficial, o Capitão Muniz, teria tentado contra sua vida.

O termo de interrogatório foi iniciado às 9h40min e finalizado às 12h45min, sendo devidamente assinado pelo presidente do flagrante, pelo condutor, pelas testemunhas, pelo conduzido e pelo escrivão responsável. (Com informações do Portal O Informante)

 

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