A gestão do prefeito Eduardo Braide (PSD) escancarou, de vez, seu autoritarismo. Após a violenta operação da Guarda Municipal na manhã desta sexta-feira (2), na comunidade Israel, região do Gapara, a Prefeitura de São Luís não apenas confirmou ter ordenado a ação truculenta, como foi além: comunicou oficialmente que a intenção era expulsar os moradores da área e que, caso haja nova ocupação, todos serão presos.
Isso mesmo: famílias humildes, sem moradia, vivendo à margem da dignidade, estão sendo tratadas como criminosas por uma gestão que deveria garantir direitos, não violá-los.
Durante a ação, agentes da Guarda Municipal, sob comando direto do prefeito, invadiram o local alegando que se tratava de uma área de proteção ambiental e propriedade da prefeitura. No entanto, em nenhum momento foram apresentados documentos que comprovem a posse do terreno, tampouco ordem judicial para a desocupação. Ainda assim, os agentes agiram com brutalidade, agredindo fisicamente os ocupantes, ofendendo verbalmente homens, mulheres e até crianças — sem qualquer espaço para diálogo.
Sem base legal, com base na força
O que se viu foi uma operação sem respaldo jurídico, marcada por violência gratuita e por um claro abuso de poder. A justificativa ambiental virou desculpa conveniente para uma prefeitura que não apresentou nenhum laudo técnico, não acionou o Ministério Público e sequer buscou alternativas legais ou sociais para lidar com o drama da falta de moradia.
A ameaça feita pela própria gestão municipal de que “voltará ao local e prenderá todos que estiverem lá” soa como uma declaração de guerra aos mais pobres. Uma afronta direta à Constituição e aos direitos fundamentais de qualquer cidadão.
Gestão marcada por escândalos e agora pela repressão
A violência institucional escancara o caráter autoritário de Eduardo Braide, que já tem sua gestão marcada por suspeitas de corrupção — como a apreensão de milhões em dinheiro em veículos ligados a familiares e aliados, contratos suspeitos em eventos públicos e denúncias de desmandos em órgãos como a SMTT.
Agora, além do despreparo administrativo, Braide mostra que está disposto a usar a Guarda Municipal como instrumento de repressão política e social. Um comportamento típico de quem se julga acima da lei.
Revolta e repúdio
O Jornal Itaqui-Bacanga ouviu moradores da comunidade, que relataram cenas de terror. “Não somos bandidos, somos pais de família. Queremos apenas um lugar para morar”, afirmou uma das vítimas. O secretário Marcos Affonso, da SEMUSC, também confirmou que a ordem para a operação partiu do próprio prefeito. Embora reconhecido por sua trajetória na segurança pública, lamenta-se que tenha sido envolvido em uma decisão tão desastrosa e insensível.
Se como prefeito Eduardo Braide já comete esse tipo de abuso, usando a máquina pública para agredir e silenciar os mais vulneráveis, o que ele faria se chegasse ao governo do estado?
O povo maranhense precisa refletir: quem governa com autoritarismo e sem humanidade não pode ser recompensado com mais poder.
Veja os vídeos abaixo: