Em São Luís, a equipe da Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital da Ilha, recebeu a visita, nesta quarta-feira (26), dos coordenadores do Centro de Tratamento de Queimaduras (CTQ) do Hospital Geral do Estado da Bahia, Marcus Barroso e Moelisa Dantas. O objetivo da visita técnica foi conhecer a linha de cuidados especializada oferecida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) aos pacientes queimados no Maranhão.
“Esses profissionais que estão aqui hoje já desenvolvem esse trabalho há muitos anos, tem muita experiência. Então o hospital e a população ganham muito com essa visita, porque através da troca de experiências é possível unificar essa linha de tratamento de cuidados em todo o Brasil, para que esse atendimento seja uniforme, seguindo os mesmos protocolos e fluxos, e quem ganha é a sociedade”, frisou a diretora geral do Hospital da Ilha, Ane Caroline Hortegal.
Durante a visita, os coordenadores da Bahia puderam conhecer a Unidade de Tratamento de Queimados, a sala de terapia hiperbárica, a sala de balneoterapia, além da enfermaria específica para queimados. A troca de experiências revelou similaridade de casos, as boas práticas implementadas e o avanço da saúde no Maranhão, que é o único no Brasil a contar com uma câmara hiperbárica dentro de um centro de queimados.
“Encontramos uma estrutura e equipamentos modernos, profissionais dedicados, discussão científica de alto nível e compreensão da complexidade da queimadura. Estão no caminho certo e é muito importante destacar essa iniciativa e apoio do Estado do Maranhão aos pacientes com queimaduras, que muitas vezes ficam à margem da sociedade, pela vergonha do aspecto físico depois”, destacou o cirurgião plástico Marcus Barrosso, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras e um dos coordenadores do Centro de Tratamento de Queimaduras (CTQ) do Hospital Geral do Estado da Bahia.
A enfermeira estomaterapeuta, também coordenadora do CTQ da Bahia e diretora científica adjunta da Sociedade Brasileira de Queimaduras, Moelisa Dantas, frisou o engajamento dos profissionais para otimização dos serviços.
“Confesso que fiquei feliz com o que encontrei aqui. Uma estrutura física muito boa, profissionais engajados, com vontade de fazer acontecer da melhor forma. Lógico que quem vem de fora vem com muita curiosidade e a gente pode discutir alguns passos para melhoria do atendimento. Oportunidades de melhoria existem e estamos aqui para contribuir com isso. O perfil do Maranhão é bem semelhante ao da Bahia, porque está relacionado à vulnerabilidade social, volume do atendimento e perfil de queimaduras tanto em crianças como adultos também”, disse Dantas.
Durante a visita, a comitiva acompanhou a primeira sessão de hiperbárica do senhor Francisco Mendes Cardoso, de 56 anos. Ele foi vítima de acidente de trabalho, quando uma panela com água quente virou e queimou parte da perna. Após ser atendido inicialmente numa UPA, foi remanejado para o Hospital da Ilha, onde iniciou o processo de recuperação. A esposa do paciente, Terezinha Dias Cardoso, 40 anos, relatou o alívio pelo tratamento recebido. “Ele estava com muitas dores e aqui o atendimento eu achei muito bom. Acredito que a recuperação dele vai ser melhor aqui, estamos com boas expectativas. Pois aqui tem o atendimento bom, o conforto também, tudo isso faz a diferença”, disse a dona de casa.
Acompanharam a visita a Superintendente de Assistência à Saúde (SAAS), Luciana Albuquerque; o assessor técnico da SAAS, Rafael Pessoa; o presidente da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), Marcello Duailibe; a diretora geral do Hospital da Ilha, Ane Caroline Hortegal; o diretor clínico do hospital, Dimitrius Garbis; o diretor técnico do hospital Samuel Gregory; a diretora administrativa, Letícia Sousa Silva; colaboradores e profissionais de saúde.
Atendimentos
Desde que foi inaugurada em maio de 2023 até 20 de fevereiro de 2025, foram registrados 316 atendimentos de pacientes queimados na UTQ, sendo 181 adultos e 135 crianças, e 666 sessões de hiperbárica, com 290 altas.
Os principais tipos de queimaduras em adultos são por térmica (77,3%), elétrica (10%), escaldamento (9,4%) e química (3,3%). Em crianças, a principal ocorrência de queimaduras está relacionada à escaldamento (85,2%) seguido de térmica (14,8%). Em mulheres, os acidentes domésticos principalmente em preparo de alimentos e explosão de botijão de gás sãos os mais frequentes.