Eliene, integrante da Assembleia de Deus – Campo de Miracema, no bairro Turu, em São Luís (MA), foi presa em 17 de março de 2023, durante a Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal. A Primeira Turma do STF aceitou, por unanimidade, a denúncia contra ela em agosto de 2024, no âmbito da Petição 12492, tornando-a ré no processo penal nº 2630.
Acusações e investigação
A missionária responde a cinco acusações:
Golpe de Estado
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Associação criminosa armada
Dano qualificado por violência e grave ameaça
Deterioração de patrimônio tombado
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), há indícios de que Eliene teria participado ativamente dos atos violentos em Brasília. A investigação aponta que ela recebeu R$ 2.360 via PIX, distribuídos em 55 transferências entre os dias 6 e 9 de janeiro de 2023, valor supostamente destinado a financiar sua viagem à capital federal.
Parte desses recursos foi mencionada em mensagens enviadas por Eliene a Antônio Freitas Gomes, conhecido como “Antônio Patriota”, segundo a apuração das autoridades.
Durante a audiência, testemunhas de defesa serão ouvidas, e a missionária terá a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos.
Defesa alega outro motivo para ida a Brasília
Líderes da Assembleia de Deus – Campo de Miracema sustentam que a presença de Eliene nos atos de 8 de janeiro teria outra motivação. Segundo membros da igreja, ela sonha em se tornar escritora e teria viajado para Brasília com o intuito de acompanhar os protestos de perto, como parte de um projeto pessoal de escrita.
Relatos indicam que, em 2022, a missionária já havia registrado acontecimentos políticos na Praça Duque de Caxias, em São Luís (MA). Em janeiro de 2023, com o apoio de amigos, decidiu ir à capital federal e se dirigiu ao QG dos manifestantes, onde permaneceu até a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
A audiência será decisiva para definir os próximos passos do processo.