O ex-governador do Maranhão e atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos, José Reinaldo Tavares, tem defendido que seu estado pode ser a solução para os problemas de logística do Brasil.
As diversas notícias que vêm sendo veiculadas sobre o congestionamento de navios, sem atracação imediata nos principais portos brasileiros, a escassez de armazéns, o atraso na expansão da malha ferroviária do país e a dependência de estradas, muitas vezes precárias, com demora nos reparos, são pauta frequente neste período de alta da inflação.
A consequência direta é aumento nos custos com impacto no desenvolvimento. O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, porém a falta de condições adequadas de logística são um enorme gargalo à produção.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve colher 325,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25, um aumento de 9,4% em relação à safra anterior.
Apesar da produção recorde e crescente de soja, nos últimos anos, o país não tem capacidade logística para ampliar significativamente as exportações, pois já opera próximo do limite.
O colapso logístico é atestado em cenas frequentes, a exemplo das milhares de carretas que transformam a Transamazônica em estacionamento e as evidências de estrangulamento do Porto de Santos, com fotos divulgadas na semana passada, pelo jornal Folha de São Paulo
Tavares, que foi ministro dos Transportes, idealizador da Ferrovia Norte-Sul, defende, com apoio do governo maranhense, a execução de um projeto privado binacional da GPM (Grão-Pará Maranhão), também apoiado pelo Banco Mundial, pela Deutsche Bahn, pelo KFW e pelo Ministério dos Transportes.
É um sistema formado por um porto de águas profundas, a ser construído no município Alcântara (MA), que será interligado a todo o país por meio de uma ferrovia, a Ferrovia do Maranhão (EF-317), para ligar Alcântara a Balsas, formando um eixo completo com a Ferrovia Norte-Sul (FNS), a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) e com a EF-232, que passa por Balsas e parte do Piauí.
O Terminal Portuário de Alcântara (TPA) terá 8 berços, com 25 metros de profundidade cada um, acessados por um canal profundo e exclusivo com drenagem natural, diminuindo custos, aumentando a eficiência de todo o sistema, projetado para atrair a melhor tecnologia portuária do mundo e operar dentro dos mais elevados padrões mundiais.
Com um dos maiores investimentos neste setor, estimados em 10 bilhões de reais, geração de 100 mil empregos diretos e indiretos, o impacto econômico será significativo para toda a região do Arco-Norte e o Brasil.
Trata-se de um sistema formado por um porto profundo de alta eficiência e um ramal de ligação ferroviária com todo o Brasil, que será a solução para os gargalos da logística nacional, projetando a região no cenário mundial, em um modelo superior às melhores condições do mercado internacional.
“Este projeto é estratégico para a economia do Brasil e representa um impulso inequívoco não só à região do Arco-Norte, mas para todo o país”, explica o ex-governador.