O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), medido mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), registrou 115,9 pontos em janeiro de 2025. Apesar de seguir acima da linha do otimismo (100 pontos), o índice apresentou uma queda de 4% em relação ao mês anterior.
Os principais fatores que contribuíram para essa retração foram a diminuição nas contratações, a incerteza quanto à economia brasileira e o desempenho do setor comercial. Esses recuos estão diretamente ligados ao atual cenário macroeconômico, caracterizado por uma inflação acumulada de 4,83% nos últimos 12 meses, acima da meta estipulada, e uma taxa básica de juros (Selic) em 13,25% ao ano.
O subindicador mais afetado foi a percepção dos empresários sobre o momento atual, cujo índice de avaliação caiu para 92,9 pontos, ficando abaixo da linha do otimismo. Essa redução de 3,1% em comparação a dezembro reflete um aumento da cautela diante das condições econômicas.
Apesar da queda, esse movimento não indica pessimismo, mas sim um ajuste sazonal. Historicamente, o consumo tende a se retrair após o pico de vendas do fim de ano, impulsionado pelas festividades de Natal e Ano Novo.
Segundo o presidente da Fecomércio-MA, Maurício Feijó, o ICEC reflete tanto a sazonalidade do mercado quanto os desafios do atual contexto econômico. “O momento exige cautela, especialmente diante da pressão crescente sobre os custos. No entanto, a expectativa para os próximos meses é de recuperação, impulsionada pelas datas comemorativas, como Carnaval, Páscoa e Dia das Mães, que tradicionalmente fortalecem o comércio”, afirmou.
Mesmo com a desaceleração, os indicadores de expectativas futuras e investimentos seguem em patamares positivos, embora com uma leve queda em relação ao mês anterior, sugerindo uma contenção no curto prazo.
De maneira geral, a inflação elevada e os juros altos afetam diretamente o poder de compra dos consumidores e aumentam as incertezas sobre a estabilidade econômica, impactando a confiança dos empresários. Além disso, o crédito mais caro e menos acessível dificulta a expansão dos negócios e a geração de empregos.
Diante desse cenário, os empresários adotam uma postura mais cautelosa, refletida na queda do índice. A confiança no curto e médio prazo segue pressionada pelas condições econômicas atuais, o que limita o otimismo e a disposição para novos investimentos no setor.