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A tempestade econômica: Dólar em alta e Selic elevada revelam vulnerabilidades no Pacote Fiscal de Lula

O final do segundo ano de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é marcado por um cenário de incertezas econômicas, com o dólar disparando e a taxa Selic em ascensão. Na terça-feira (17), o valor da moeda americana chegou a R$ 6,20, apesar dos leilões realizados pelo Banco Central (BC) para tentar conter a alta. Esse movimento reflete a crescente desconfiança do mercado em relação à política fiscal do governo e à efetividade do pacote de contenção de gastos apresentado em novembro.

O pacote, que busca economizar R$ 327 bilhões até 2030, enfrenta desafios significativos. Além de enfrentar atrasos no Congresso, há o risco de que a proposta seja enfraquecida ao longo do processo legislativo. A Câmara iniciou a votação nesta semana e espera-se que a conclusão ocorra até quarta-feira (18), com a proposta seguindo para o Senado após a aprovação.

Especialistas indicam que a desconfiança do mercado está ligada tanto às incertezas sobre o pacote fiscal quanto à expectativa pela nova direção do Banco Central, que assumirá em janeiro de 2025. Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, destaca que a atratividade dos juros nos Estados Unidos, juntamente com a falta de confiança no controle fiscal do Brasil, tem pressionado o valor do real.

Além disso, o Ibovespa caiu para 124 mil pontos, indicando uma aversão crescente ao risco por parte dos investidores. Felipe Vasconcellos, da Equus Capital, observa que o cenário doméstico continua volátil, sem uma definição clara sobre a trajetória do câmbio.

Outro fator que agrava a situação foi a decisão do Banco Central de elevar a Selic de 11,25% para 12,25% ao ano. As projeções indicam que a taxa pode alcançar 14,25% até março de 2025, caso os ajustes sigam o mesmo ritmo.

Em ata divulgada na terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) justificou o aumento da taxa com base na reação do mercado ao pacote fiscal e ao aumento das expectativas de inflação e depreciação do câmbio. O documento destacou que a “desancoragem das expectativas de inflação” é um ponto de preocupação compartilhado por todos os membros do Comitê e deve ser combatido com medidas rigorosas.

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