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Polícia Federal: Contratos assinados por Jefferson Portela gera suspeita em esquema de fraudes em aluguel de viaturas

Jefferson Portela é retornado a delegacia do João Paulo

Nesta terça-feira (22), a Polícia Federal, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção (GAECO) do Ministério Público de Rondônia, deflagrou a Operação Ben-Hur, trazendo à tona suspeitas graves sobre a locação de viaturas por uma empresa que já havia firmado contrato milionário com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) durante a gestão do ex-secretário Jefferson Portela.

Empresa Locamil Serviços Eireli, alvo da Operação Ben-Hur, é a mesma que Jefferson Portale contratou por R$ 21,5 milhões.

O centro da operação é a empresa Locamil Serviços Eireli, que selou, em 2019, um contrato de R$ 21,5 milhões com a SSP-MA sob a gestão de Portela. Agora, a mesma empresa é alvo de uma investigação robusta que busca apurar possíveis fraudes em outro contrato, desta vez em Rondônia, onde a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC) aderiu a uma ata de registro de preços do Maranhão para a locação de viaturas. Segundo as apurações, o processo licitatório foi realizado de forma questionável, com indícios de conluio entre gestores públicos e a empresa, além de direcionamento no processo de escolha.

Entre as irregularidades já apontadas, destaca-se o fato de que as viaturas locadas não cumpriam as exigências mínimas de equipamento para uso policial, como sirenes, rádios e giroflex. Esse descumprimento não só prejudica o erário, mas também coloca em risco as operações das forças de segurança pública, que dependem de veículos adequados para suas atividades.

A operação realizada em Rondônia gerou questionamentos imediatos sobre a transparência da gestão de Jefferson Portela à frente da SSP-MA. O contrato firmado em 2019 com a Locamil agora levanta dúvidas quanto à lisura dos processos de licitação conduzidos pelo ex-secretário. A empresa envolvida na operação em Rondônia é a mesma que já havia garantido um contrato multimilionário no Maranhão, fato que expõe a gravidade da situação e sugere que o esquema pode ter uma dimensão ainda maior.

A Operação Ben-Hur tem como objetivo desmantelar esquemas de fraudes em licitações e assegurar que o dinheiro público seja utilizado de maneira correta. Entretanto, a pergunta que fica é: até que ponto a gestão de Jefferson Portela estava ciente ou, pior, conivente com tais práticas?

Em sua defesa, Portela e seus aliados podem tentar desviar o foco, mas as coincidências são alarmantes. O escândalo em Rondônia revela que o modus operandi da Locamil não é isolado e levanta dúvidas sobre como o processo foi conduzido no Maranhão. Se as suspeitas forem confirmadas, não será apenas a reputação de Rondônia que estará em jogo, mas também a de um ex-secretário que comandou uma das pastas mais importantes do Maranhão.

A operação continua em andamento, com busca e apreensão de documentos e materiais que possam aprofundar as investigações. Enquanto isso, a população aguarda respostas claras e contundentes sobre o envolvimento de figuras públicas e a extensão do dano causado ao erário.

A Operação Ben-Hur é um lembrete do que acontece quando a administração pública é guiada por interesses obscuros e, mais uma vez, o nome de Jefferson Portela ecoa entre as dúvidas e acusações de corrupção.

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