Entre os alunos mais pobres, de 15 anos, só 3% deles tem conhecimentos adequados de matemática no Brasil, mostra PISA. O PISA (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) na sua mais recente edição de 2022, mostrou que apenas 3% dos alunos pobres demonstraram ter esse conhecimento básico.
“Não dá para dizer que as escolas mais ricas estejam tendo um resultados excepcionais. Mas, esses dados
mostram que o nível socioeconômico continua muito determinante para a aprendizagem dos alunos no país. E
a educação deveria ser justamente uma ferramenta para diminuir essa desigualdade”, afirma Ivan Gontijo, gerente de políticas educacionais da ONG Todos pela Educação.
O baixo rendimento dos alunos pobres não é só em matemática, mas se repete em leitura (identificação do
principal tema do texto) quanto no de ciências (entender se o tema é científico ou não), mas em matemática é bem pior. Ou seja, é em toda a educação.
E é exatamente nos bairros mais vulneráveis onde fica o docente temporário e menos experiente, que dá aulas em três colégios diferentes, diz Ivan Gontijo. Isso porque no sistema de concurso público, os professores efetivos com maior experiência adquirem o direito de escolher a região onde trabalharão. Por buscarem melhores condições de infraestrutura, transporte e segurança, por exemplo acabam optando, em geral por escolas mais centrais, que já tem melhores desempenhos.
Neide Noffs, professora de pós-graduação em educação na PUC-SP, diz que é preciso pensar em estratégias de
ensino-aprendizagem voltadas para a realidade de determinada escola ou região. “Não faz sentido padronizar os alunos, se os recursos não são padronizados. Precisamos respeitar o contexto das crianças e propor situações para que elas aprendam dentro da realidade delas”, diz.
“São crianças que precisam se preocupar com a sobrevivência. Ela tem o que comer? O que vestir? Pode tomar banho? é um Conjunto de fatores para que ela tenha condições de aprender”. Diz o professor.
Se acriança vive com adultos que não usam a escrita, não tem como comprar livros e terão mais dificuldade na
alfabetização. O que lhes prejudica muito.
O que acontece com o desempenho fraco na educação?
° O jovem fica tem suas possibilidades de escolha reduzidas- ele não vai conseguir fazer o que quer fazer mas aquilo que pode fazer.
° Ter uma formação ruim prejudica o exercício da cidadania- dificulta que o aluno controle os seus gastos,
calcule troco, faça contas simples, leia sobre os seus direitos e entenda os princípios da democracia, a escola
além disso, ensina a tolerar os colegas, a dividir o espaço com um grupo e a lidar com a diversidade.
° Bons conhecimentos em matemática, são importantes para a capacidade de resolver conflitos- na escola deve-se propor desafios para que o aluno desenvolva o raciocínio lógico diante de situações cotidianas.
° Um país com educação prejudicada sofre impactos na produtividade econômica e na formação de mão de obra
qualificada. Carência de capital humano.
Fica evidente que existe um abismo entre as crianças mais ricas e as mais pobres. O fator socioeconômico é
preponderante. As notas do PISA dos alunos do Sul e Sudeste estão em um patamar muito mais alto do que as
do Norte e Nordeste, lugares com muita pobreza.
Dessa maneira não há dúvida que o país tem dois problemas complexos a resolver: melhorar a qualidade da
educação em todo o país, mas principalmente nas regiões mais pobres, e combater a pobreza e a desigualdade
social. Pelas conclusões do PISA verifica-se que o desenvolvimento sustentável não é compatível com a
pobreza. A pobreza é o inimigo número um do desenvolvimento e não pode ser tolerada ou achar que é
normal.
Seria um enorme avanço se o estado do Maranhão se dedicasse a preparar projetos para dar uma grande
qualidade educacional as suas crianças, e para isso muitas ONGs poderiam ajudar, como também copiar os casos de sucesso conseguidos por ouros estados.
No caso do combate à pobreza a nossa secretaria já tem um projeto que precisa começar a ser implantado. São as Casa de Esperanças, que cuidarão das famílias pobres tendo como foco a mãe, desde o pré-natal, e as crianças
pobres de zero a seis anos, idade que mundialmente se transformou em consenso como a melhor idade para dar
a criança a chance de ter uma vida longe da pobreza e transformar essa criança em um capital humanos capaz
de permitir que ela possa ser o que quiser na vida. As Casa de Esperanças responde a tudo o que foi colocado
aqui por especialistas para vencer os problemas trazidos pelas dificuldades socioeconômicas. E dá as crianças
oportunidades que de outro modo não teriam. Assim a possibilidade de chegar ao ensino fundamental em
igualdade de condições com as mais ricas, torna-se real, inclusive acabando com o abismo entre pobres e ricos
mostrado no PISA. Esse projeto já foi aprovado na Assembleia Legislativa, e está pronto para ser implantado. É um projeto que goza de unanimidade e temos fé em conseguir inicia-lo neste ano de 2024. Já assinamos com o SENAI e com o IFMA convênios de parceria de trabalho, que vão ajudar muito a alcançar os benefícios almejados.
Como esses dois objetivos são complexos, e na verdade é uma tarefa de vários governos seguidos, para realmente mudar o quadro atual, esses dois programas precisam ser elevados a categoria de Programas de Estado e não de Governo, que se finda quando acaba o mandato do governante, e assim teriam que ser propostos e debatidos na Assembleia Legislativa para que novos governantes tenham a obrigação de continua-los até que se obtenha os resultados esperados.
Está em nossas mãos deixar o quadro mostrado pelo PISA definitivamente para trás.