Agora em 2024 fez 25 anos que publiquei o meu primeiro livro em nível nacional Crente mas consciente. Muitas pessoas leram a obra e, depois, vieram até mim testemunhar sobre sua mudança de vida, construção da sua maturidade espiritual e desenvolvimento da sua fé em Jesus. Líderes disseram-me que, após lerem a obra, conseguiram ser mais maleáveis na condução pastoral do seu rebanho espiritual.
A obra foi escrita de acordo com uma visão espiritual pensante, em que se leva em conta a visão de cultura e educação como objeto de conscientização cristã. O processo e os procedimentos que constituem o processo de desenvolvimento espiritual fomentam a fraternização que faz do corpo social em Cristo povo exclusivo de Deus, nação santa e raça eleita (veja 1 Pedro 2.9-10). Agora, por conseguinte, o Espírito Santo nos capacita para exercermos o santo ato de relacionamentos, a capacidade benevolente de convivência e comunicação.
A partir daí, em Cristo — mediante a prática dos princípios da paz e da santificação — as pessoas, inclusive as de relacionamento difícil, aprendem o maravilhoso caminho da cura e do ajustamento relacional. Neste processo, a participação em comum — em termos de crenças, interesses, ideias e propósitos — consolida a comunhão perfeita das nossas almas carentes do amor de Deus.
Uma vez unificados em Jesus Cristo, todos os irmanados formam, conjuntamente, um “corpo-social” por parte daqueles que comungam os mesmos ideais, a mesma fé, a mesma verdade. Dividem, respeitosamente, as opiniões e vivem, harmoniosamente, em comunidade fraternal espiritual. Esta visão é uma visão de educação e cultura do reino de Deus e se constitui condição sine qua non para formação do Corpo-de-Cristo e sua funcionalidade social-comunitária na obra realizada pelo reino de Deus (a Igreja de Cristo) na terra.
Para explicar a visão de educação e cultura do ponto de vista do Evangelho de Jesus, é preciso falar do processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano em geral, na busca por melhor integração individual, ética, cultural e social. Neste sentido, os conhecimentos e/ou as aptidões resultantes de um processo educacional relevante é resultado de uma tendência mais autodidata do que de uma educação formal.
Na verdade, o crescimento intelectual da igreja é resultante de um honesto esforço pessoal de cada fiel e da vontade, por parte dos crentes, de quem se dispõe a buscar o conhecimento e de quem procura conhecer o universo de coisas e das coisas constituídas no âmbito da existência como a natureza espiritual divina que nos direciona na caminhada com o Criador de todas as coisas.
Na era medieval, a palavra sequaz definia um verdadeiro cristão, autêntico e revestido de uma sacralidade inquestionável. Só que era um cristão que, a meu ver, estava acima do equilíbrio, acima da santidade, acima, portanto, da normalidade espiritual. Os cardeais, por exemplo, eram autoridades religiosas máximas que se julgavam com poder e autoridade suficientes para determinar quem devia morrer e quem devia viver.
Os elementos sequazes da autoridade religiosa revelavam uma ideia de exagero, de absolutismo abusivo, espiritualidade violenta e usurpação. Do século XVI por diante, no entanto, a igreja começou a perder espaço, moralidade e poder na sociedade porque, a priori, tornou-se abusiva e inaceitável na sua forma de educar a sociedade.
Uma espiritualidade ignorante, portanto, passou a ser objeto de evangelização fora de sentido e sem empatia perante as culturas do mundo. As pessoas se afastam da igreja, em vez de serem atraídas pela cultura educativa por ela trabalhada na sua atividade evangelizacional.
Nos dias atuais, finalmente, a questão é mais ou menos parecida, haja vista que a igreja — por motivo de omissão, por parte de alguns, e convulsão espiritual, por parte de outros — não tem conseguido conquistar a graça do povo como nos dias de Atos dos Apóstolos (Atos 2.42-47).
Uma ideia ou noção de discernimento intraespecífico, no universo de informação, das notícias e das mudanças repentinas no mundo das ciências modernas, nos orienta no caminho da prática da vida moderna por meio das experiências adquiridas no decorrer do processo de busca do próprio conhecimento por meio da educação. Este discernimento intraespecífico é auxiliado pelos mecanismos culturais, em que ocorrem alguns critérios na apreciação do ambiente cultural e contracultural dos nossos tempos.