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Igualdade de gênero uma questão central

José Reinaldo Tavares, ex-governador e Secretário de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (Sedepe). Foto: reprodução

A igualdade de gêneros é uma questão central nos debates sobre desenvolvimento sustentável. Ao longo da história, vários países que promoveram a igualdade de gêneros experimentaram
desenvolvimento econômico, social e cultural. Vejamos algumas formas pelas quais a igualdade de gêneros influencia o desenvolvimento sustentável:

As mulheres constituem aproximadamente metade da população global. Ao garantir que elas tenham acesso igualitário a oportunidades educacionais e de emprego, um país pode dobrar seu potencial de força de trabalho, levando a um crescimento econômico significativo. Investir na saúde e educação das mulheres tem benefícios multiplicadores para as comunidades. Mulheres educadas têm em média, menos filhos e são mais propensas a investir na educação e saúde de seus filhos.

A diversidade de gêneros em posições de tomada de decisões e em campo de pesquisas e desenvolvimento pode levar a soluções inovadoras para os desafios de desenvolvimento.

Por outro lado, em países onde as mulheres enfrentam restrições significativas à sua liberdade e direitos, o desenvolvimento sustentável tende a ser mais desafiador. Em tais países encontramos a subutilização da força de trabalho, que vem quando as mulheres são proibidas de participar plenamente da vida econômica, metade do potencial da força de trabalho do país é sub utilizado. Em muitos países onde o direito das mulheres são severamente restritos, as taxas de natalidade tendem a ser mais altas, o que pode criar desafios demográficos
e pressão sobre os recursos. A falta de igualdade de gêneros pode levar a problemas sociais amplificados, incluindo violência contra as mulheres, casamentos precoces e falta de acesso a educação para meninas.

È importante observar que o desenvolvimento sustentável não é apenas sobre crescimento econômico, mas também sobre equidade, inclusão e proteção ambiental. Enquanto alguns países com restrições significativas aos direitos das mulheres podem ter experimentado crescimento econômico, devido a fatores como recursos naturais, ou políticas específicas, esse crescimento pode não ser sustentável a longo prazo ou pode não beneficiar amplamente toda a população.

Em resumo, a igualdade de gêneros é não apenas uma questão de direitos humanos, mas também uma estratégia inteligente para o desenvolvimento sustentável.

No livro “A Jornada da Humanidade” – as origens da riqueza e da desigualdade, de Oded Galor, um economista israelense- americano, muito premiado, o autor se esforça para focar nas forças fundamentais que impulsionaram a humanidade ao longo de sua jornada. Diz ele: A crescente demanda por trabalhadores
instruídos, capazes de atuar nesse ambiente tecnológico em rápida mudança, combinada com uma redução na diferença salarial entre homens e mulheres, deu aos pais um incentivo maior para investir na educação de seus filhos, em vez de dar a luz a mais bebês, o que por sua vez levou a uma queda da fecundidade. A transição demográfica quebrou a armadilha da pobreza, os padrões de vida melhoraram sem ser rapidamente
contrabalançados por um boom populacional, o que deu início a longo prazo a prosperidade humana.

Portanto a igualdade de gêneros foi peça importante para esses países alcançarem a prosperidade e continua a ser cada vez mais um divisor de águas, entre as prosperidade e riquezas das nações. Aqueles países que negam a mulher a educação, o trabalho, a liberdade de expressão são os países dominados pela pobreza e a desigualdade social, longe da prosperidade global.

Na semana passada fatos muito importantes aconteceram, todos no sentido do combate a pobreza e desigualdade e a favor da igualdade de gêneros e inclusão social. O SENAI e a SEDEPE, assinaram três Acordos de Cooperação Técnica, muito importantes que abrem um caminho novo, um caminho diferente para o desenvolvimento do estado, com apoio de empresários e com projetos focados no desenvolvimento da
nossa economia e com programas que permitem uma oportunidade para quem tanto precisa. O primeiro Acordo diz respeito a oferta de cursos para mulheres atendidas nas Casa de Esperanças, um programa voltado as crianças pobres de zero a seis anos, para dar-lhes tudo que a pobreza impede que elas tenham em suas casas como nutrição, alimentação, alfabetização, cidadania, assistência médica, acesso a livros, companheirismo, diálogos, visitas culturais, esporte, teatro, cultura, enfim preparo voltado a lhes preparar para alcançarem
uma vida melhor. Tudo monitorado e ministrado por pessoas altamente capacitadas. As mães vão participar de todo esse projeto e o convenio com o SENAI é para capacitá-las para o trabalho e para o empreendedorismo, para possibilitar a essas famílias uma rápida melhora de renda familiar logo no início do programa.

O segundo acordo visa a viabilização de pesquisa e inovação, estudos e criação de centros tecnológicos para certificação de frutas e mudas maranhenses impulsionando a produção e a exportação com segurança atendendo os protocolos internacionais. E o terceiro Acordo é referente a atividades conjuntas que viabilizem o mapeamento dos desafios, criação de uma agenda tecnológica, roadmaps, captação de recursos, construção e implementação de legislação especifica e marco regulatório para implantação de HUB de Hidrogênio Verde no estado do Maranhão, no complexo portuário, transformando-o em um polo de produção de Hidrogênio Verde para abastecimento da indústria nacional e internacional. Com a assinatura desses três protocolos de intenção, o objetivo é que juntos, governo do estado e setor privado, possam alavancar o Maranhão. O SENAI está oferecendo toda a sua expertise e a SEDEPE oferecendo ofertando toda a estrutura para que esses
projetos tenham sucesso. É um passo diferente e ambicioso no sentido do desenvolvimento sustentável do Maranhão envolvendo as classes produtoras e o governo.

Em encontro muito proveitoso com o Ministro do Desenvolvimento Social, Welington Dias, em Brasília, apresentamos ao ministro e sua equipe o programa Casa de Esperanças. O ministro gostou demais da concepção e principalmente com os resultados esperados com ele, e prometeu colocá-lo no orçamento da União. Com essa decisão o programa passa a ser de interesse nacional, garantindo o seu funcionamento independente de recursos estaduais.

Esse é um passo decisivo para que esse programa possa fazer parte do Arcabouço Social com recursos de títulos financeiros captados no exterior garantidos pelo orçamento da União. Abrindo-se assim um novo caminho para meninos e meninas pobres, um esforço gigantesco para a igualdade de gêneros, que finalmente pode chegar também as famílias pobres, um passo gigantesco para o desenvolvimento equilibrado como descrito
acima.

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