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MILENAR CRISE ÁRABE–ISRAELENSE

Pr. Agnaldo Leite do Sacramento, Dr. em direito, Dr. em hebraico, Dr. em grego e Pr. da Igreja Batista no ABC Paulista.

“Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o Evangelho a Abraão, dizendo: Todas as Nações serão benditas em ti”
(Ganhar 3:8).

DOIS PONTOS EM FOCO:
– A Milenar crise Árabe-Israelense, mas Deus conduzindo a história.
– Em Abraão, bênçãos para os Judeus, Árabes e Igreja.

INTRODUÇÃO
Sim, desde a chamada de Abraão, conforme o registro de Gênesis 12, a história da humanidade adquiriu um segundo rosto e nova linha foi traçada a partir desse Patriarca: “em ti serão benditas todas as Nações (Famílias) da terra”! Desde então, a humanidade passou a ter bons e desafiantes confrontos com os termos: Hebreus, Judeus e Israelitas. A princípio, o termo Judeu envolve a natural identificação de uma pessoa pertencente à Tribo de Judá, assim como um Levita, à Tribo de Levi e aí por diante. Com a divisão do Reino, Norte (Israel) e Sul (Judá), I Reis 12, os que voltaram do cativeiro babilônico para a Palestina pertenciam, em sua maioria, ao Reino do Sul, Judá, favorecendo para todos os povos de então que fossem identificados como Judeus (II Reis 16:6).

01. ISAQUE VERSUS ISMAEL
Em Abraão e sua esposa, que ainda não era Sara, (cujo significado é simplesmente Princesa), Sarai (“minha Princesa”), envolvendo a concubina Agar, começa a milenar crise “árabe-israelense”: Ismael, filho de Abrão com Agar, Isaque, filho de Sara com Abrão, formam dois povos: Árabes e Judeus, Ismael versus Isaque.

02. ÁRABES, JUDEUS E CRISTÃOS
De certo modo, o patriarca Abraão tornou-se a base de três ramos religiosos: árabes, judeus e cristãos. Mesmo na atual Jerusalém, isso fica evidenciado de maneira muito clara no dia-a-dia.

03. BENÇÃOS PARA AS NAÇÕES
Em Abraão, há também promessas de bênçãos para as três correntes religiosas. A citação inicial de bênção encontra-se em Gênesis 12:3 – “Em ti (Abraão) serão benditas todas as famílias da terra”, envolvendo, ainda, bênçãos para as Nações.

04. BENÇÃOS EM ABRAÃO
Na explanação paulina, direcionada ao Cristianismo, o Apóstolo dos Gentios diz: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus haveria de justificar pela fé os gentios (goim), anunciou primeiro o Evangelho a Abraão dizendo: “Todas as Nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão” (Gálatas 3:8-9).

05. ALIANÇA COM ISRAEL
Em Abraão, à luz do Livro de Gênesis, a bênção para os povos árabe e judeu está no seu capítulo 17, versos 20 e 21: “E quanto a Ismael (tronco-árabe), também te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação” (tem-se o petrodólar com os árabes!). E prossegue: “O meu concerto, porém, estabelecerei com Isaque (aliança com Israel), o qual Sara te dará neste tempo determinado, no ano seguinte”.

06. AGAR VERSUS SARA
Ainda segundo o Livro de Gênesis, o primeiro “conflito árabe-israelense”, ocorreu por ocasião de uma festa de aniversário culminando, brusca e abruptamente, com a expulsão de Ismael e sua mãe, Agar, da casa de Abraão: E cresceu o menino, e foi desmamado; então Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado. E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava. E Sara disse a Abraão: “Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com meu filho, com Isaque” (Gênesis 21:8-10). Veja ainda Gênesis 16:12, o perfil de Ismael!

07. DOIS POVOS
É conveniente lembrar que os árabes mantêm versão diferente sobre esses mesmos fatos e os conflitos são em todas as áreas possíveis! Há o questionamento inicial de que Abraão não foi judeu e, de fato, Abraão veio de Ur dos caldeus (Gênesis 11:28) e o seu pai, Tera, era um idólatra, fabricante de ídolos, mas recebeu uma chamada especial de Deus que mudou todo o curso de sua vida e deu origem a dois povos irmãos que brigam sempre; muitos deles mantêm ódio mortal. Criando um paradoxal abismo de fé, pois a verdadeira fé teria como alvo supremo o amor. O ódio, seja de que lado for, não combina com religião ou fé.

08. O MESMO DNA: Árabes e judeus!
Hoje, a genética tem confirmado o mesmo DNA entre árabes e judeus ratificando a veracidade dos relatos do Livro de Gênesis. A propósito, diz Norton Godoy:
​“Ninguém estranha quando tem notícia de dois irmãos que vivem às turras. Mas o que dizer de sujeitos que vivem brigando, mas não sabem que são tão irmãos quanto parecem? Ainda mais quando dividem o poder em uma região tão estratégica para o mundo quanto o Oriente Médio. Mas é o que acontece hoje com judeus e árabes”.

09. PARENTESCO
Um ambicioso estudo genético, realizado em conjunto por cientistas dos EUA, de Israel, da Itália, Grã-Bretanha e África do Sul, colheu amostras do DNA de 1.300 homens das duas etnias em 30 países. Estudando o cromossomo Y – aquela herança genética que é passada apenas de pai para filho sem nenhuma modificação –, obteve-se a confirmação científica de que todas as comunidades judaicas espalhadas hoje pelo mundo têm forte parentesco não apenas entre si, mas também com palestinos, sírios e libaneses.
A pesquisa revela que todos esses povos possuem um ancestral comum: uma população que teria habitado o Oriente Médio há quatro mil anos.

10. O MESMO PATRIARCA
“O estudo também mostra que todas essas comunidades judaicas conseguiram manter praticamente intacta sua identidade biológica, mesmo tendo migrado para regiões tão distintas do planeta. Segundo o chefe do Departamento de Estudos Judaicos da Universidade de Nova York, essa pesquisa corrobora os relatos bíblicos segundo os quais uma variedade de famílias do Oriente Médio se originou de um mesmo patriarca”.

CONCLUSÃO
a) – Em certo sentido, é um mistério o amor de Deus por Israel. Nesse contexto geral, também em Abraão, Deus abriu uma oportunidade para a Igreja, ficando a lição que, mesmo no fracasso de Israel, há bênção: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos), que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios”. (Igreja), Romanos 11:25.
b) – O permanente conflito árabe-israelense só terá o seu fim com a volta de Ieshua há-Mashia. Assim como Neemias, Esdras, Zorobabel e outros foram usados para a reconstrução do 1º templo, reconstrução da cidade destruída (Neemias 1:2-4), preparando o cenário neotestamentário para o nascimento de Iesua há-Mashia; todos os atuais conflitos estão, novamente, na dimensão da volta de Ieshuá!
c) – Desde o retorno dos judeus para a sua terra em 14/05/1948, Isaías 66:8 – Jeremias 16:15, etc.), o cenário escatológico foi pontuado e o Rei dos Reis está prestes a chegar!

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