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Um mundo em mudanças com muitas oportunidades

José Reinaldo Tavares, ex-governador e Secretário de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (Sedepe). Foto: reprodução

Eu sempre achei que a nova agenda imposta ao mundo para evitar o aquecimento da atmosfera, devido a emissão de gases de efeito estufa como o dióxido de carbono e o metano, entre outros, nos dá uma oportunidade única de desenvolvimento econômico. A maior que já tivemos. O Nordeste, como um todo,
produz energia renovável, eólica, solar ou com a união delas em um projeto só, mais barata e com maior fator de eficiência do mundo. Nenhum lugar do mundo compete conosco e como 73% do custo para obter o hidrogênio verde vem da energia renovável, fica patente que nosso custo será o menor do mundo.

Logo teremos lugar na economia desse novo mundo. Mas, não é só isso, somos uma Floresta de Alimentos e Descarbonização, hoje se sabe que o babaçu é uma riqueza pois tudo nele é alimento. E alimento é vital para a maioria das nações.

Portanto viemos a Hannover sabendo tudo isso mas aqui, estava o mundo todo, mostrando seus avanços em todas as áreas principalmente focando o futuro.

Vimos um excelente projeto no Brasil, comandado pelo Senai nacional como o HUB de Hidrogênio Verde do Porto de Suape,PE, e abrimos imediatamente o início de negociação para termos um projeto semelhante no estado. A receptividade foi excelente, pois nós trabalhamos irmanados as universidades e a FIEMA, que
está conosco em tudo. Assim receberemos brevemente o pessoal do Senai nacional que fez esse projeto para trabalharmos no nosso.

Vimos que no futuro próximo haverá um esforço gigantesco para evitar desperdícios, seja de água, alimentos, e todo o tipo de materiais, não importando do que sejam feitos. Tudo será reciclado, tudo será reaproveitado, seja biomassa, bioplásticos, bioenergia, água servida, esgotos, tudo enfim. Um mundo com pouco lixo, lixo que está poluindo tudo, oceanos, rios, terras, subsolos, águas subterrâneas, e finalmente teremos o fim dos
lixões. Trouxe muito material sobre isso, será cada vez mais um ramos empresarial importante, com muita tecnologia e o uso de inteligência artificial e robôs. Um ramo de negócios rico e
promissor.

Uma visita muito importante que fizemos foi a Siemens que ocupa uma área enorme na Feira. O que eles fazem em eficiência energética, em evitar desperdício de energia, tanto em grandes escritórios, residências, fábricas, é fantástico. O nosso desperdício de energia é enorme, e é muito importante pois energia é cara e hoje usamos como se fosse de graça.

A Siemens produz combustível sintético, e conversamos muito sobre isso, hidrogênio verde, e eles virão a nosso convite a São Luís para conversarmos sobre tudo.

Além disso eles já fazem negociações com a GPM que tem um grande projeto de energia verde e amônia entre seus objetivos empresariais.

Um projeto fantástico, é o produção agrícola vertical, que pode ser feito em qualquer lugar, até dentro de cidades e produz com enorme produtividade todos os produtos do agronegócio, frutas, com a grande vantagem de evitar os custos e perdas do transporte, e com menor custo de irrigação, energia, fertilizantes, controle de pragas, enfim um projeto realmente futurista, mas já com um projeto experimental em Ohio, EUA, que pretendemos visitar. Acho que para nós seria muito importante, para produzir frutas para exportação como estamos empenhados.

E sem dúvidas nosso grande trunfo, um projeto já bastante conhecido aqui na Europa, é o projeto da maranhense GPM, que todos sabem é constituído por um porto em Alcântara com profundidades de 25m em todos os seus 8 berços, uma ferrovia a EF-317, que liga o porto a Ferrovia Norte Sul em Açailândia e um projeto de energia verde e amônia. A Deutsche Bahn, DB, uma empresa que tem a participação do governo alemão e capital privado que é altamente capitalizada explorando grandes centros comerciais que fez em suas estações de trens, é a 2º maior operadora ferroviária da Europa e construiu milhares de km de cias férreas e além de operadora do transporte que fatura quase 50 bilhões de euros por ano, é parceira no projeto da GPM
e a entrada dela no projeto serviu para atrair grandes empresas para o projeto como um todo, seja na parte de transporte ou na parte de energia. Nossa visita a eles em Berlim foi extremamente proveitosa e o Gustavo Giardini foi um anfitrião que além de nos mostrar a DB nos deu um panorama da receptividade do nosso maior projeto entre as grandes empresas e fundos financeiros de todo o mundo.

Esse é um projeto que temos que ter um apoio incondicional do governo brasileiro tal a sua importância para tornar mais competitivo todo o Arco Norte brasileiro baixando sobremaneira os custos da logística, integrada, de exportação da região.

Por fim, tivemos o imenso prazer de almoçar na Embaixada Brasileira em Pequim com o Embaixador Roberto Jaguaribe e com o Ministro-Conselheiro Luiz Eduardo Gonçalves da Embaixada que esteve conosco desde a nossa chegada em Berlim na estação ferroviária. Lá conversamos sobre tudo inclusive sobre muitas industrias alemães que usam carvão mineral para produzir aço e junto com outras tem seus dias contados na Alemanha. Existe uma possibilidade de virem para o Brasil, aqui se tornariam verdes com o uso de energia do hidrogênio verde e exportariam para a Alemanha gerando um grande número de empregos que pode chegar a 20 mil
empregos.

Mas, também falamos de nosso principal projeto, as Casa de Esperanças, que encantou rapidamente o embaixador que perguntado como receber apoio das agencias Alemãs para ajudar o projeto, ele garantiu que isso era altamente possível e provável, mas o melhor caminho, antes de contactá-las, era procurar o Itamaraty que tinha uma agencia ABC e mostrar o projeto, pois esse apoio era importantíssimo para as agencias
alemãs. Feito isso era quase certo o apoio pois o projeto pelos seus próprios méritos certamente seria vitorioso.

Por fim o embaixador nos disse que essa minha visita foi um acerto total pois isso faltava a nós vir procurar ajuda e parceria com bons projetos pois a Europa era muito receptiva a eles.

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