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Um projeto muito importante 

José Reinaldo Tavares, ex-governador e Secretário de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (Sedepe). Foto: reprodução

Nós estamos trabalhando muito para que o governo de Carlos Brandão possa atrair empresas, investimentos e, sobretudo, empregos. Não é o Governo que cria empregos. Quem cria empregos são os investimentos. Sem investimentos não temos empregos suficientes e a população empobrece. Vejo muita gente prometendo criar empregos, mas não dizem como fazer isso. Acho que, na verdade, não sabem como.

 

A população está cansada dessa história de criar empregos, que não aparecem nunca. Nós estamos estudando, duramente, cada uma das muitas oportunidades que temos, mas hoje não vou falar delas. Falarei depois. Eu vou falar hoje é que não basta criar empregos se a oportunidade de conseguir esses empregos não for igual para todos. E hoje não é. Sabem por quê? Porque existe uma quantidade enorme de famílias muito pobres que não
tem as mesmas condições das famílias da classe média de preparar suas crianças até os seis anos para entrar no Ensino Fundamental, em condições de completá-lo para que sejam bem preparados e sigam em frente.
Como assim? Começa mesmo é na fase da gravidez da mãe. Em artigo no jornal A Folha de São Paulo, a ginecologista Fátima Crispi, com o título “Nossa saúde depende de como nossa mãe se cuidou” diz que as mães têm que ingerir todos os nutrientes necessários, sem perder nenhum. Diz a doutora Fátima que elas precisam consumir uma boa base de frutas, legumes e careais, de preferência grãos integrais. Além disso, ter uma quantidade boa de proteínas. Assim como comer muito mais laticínios para ter uma nutrição de cálcio suficiente. Ou seja, se a mãe não fizer um bom pré-natal e se alimentar bem, as crianças terão uma saúde precária que os acompanhará durante a vida.
Mas essas famílias muito pobres, atormentadas pela inflação, que é particularmente perversa para elas, como podem fazer isso? Claro que não poderão fazer. O estado é o único que poderá fazer e se não der o braço forte para apoiá-los eles jamais deixarão de ser pobres.
Cuidar da Infância –
Mas não são só esses os problemas que precisam ser sanados e que só podem ser combatidos pelo estado. Só que o estado não faz e, assim, a desigualdade social e a pobreza continuam aumentando, afetando toda a sociedade. O estado precisa cuidar das crianças de zero a seis anos dessas famílias para dar uma opção de saírem da pobreza, não irem para o crime e se tornarem fortes também fisicamente. Este período, de zero a seis
anos, constitui a fase mais sensível do desenvolvimento humano para prosperar e ser produtivo. E isso se constrói cuidando bem das crianças. O meio em que a criança vive é que determinará em que condições, pois seus alicerces serão desenvolvidos. É preciso cuidar das crianças, protegê-las, alimentá-las, entretê-las, é fundamental.
Isso se faz em creches especiais e as evidências mostram que, se a creche é boa, ela é capaz de alterar positivamente a trajetória de vida do indivíduo. O que é importante: educação, saúde, assistência social, cultura e esporte, assim como ensinar sobre emprego, geração de renda das famílias, combate à violência, meio ambiente entre outras práticas.
Nós avançamos muito para iniciar esse programa. O BNDES garantiu financiar as creches especiais e a doutora Priscila Cruz, presidente do Todos Pela Educação, estrará conosco dia 4 de agosto, atendendo nosso convite para nos orientar para que tudo dê certo, o que devemos ter nas creches e como vamos preparar a equipe de especialistas para cuidar das crianças. Esse programa é tão importante que estamos nos cercando de todo o cuidado para que tudo dê certo e nada fique para trás. É um projeto fundamental para mudar o Maranhão para sempre. E para melhor.
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