O preço das carnes, grãos, derivados de leite, óleos e açúcar não era tão alto há pelo menos 32 anos. O preço da energia e da comida já comeram o poder de compras de pobres e remediados. E não haverá baixa de preços tão cedo, agravados pela guerra da Rússia com a Ucrânia, já que este último país foi invadido e os trabalhadores fugiram para não morrerem com os bombardeios, tendo os campos vazios, sem a colheita do que foi plantado e com os grãos apodrecendo ao sol. Isso afeta o mundo todo, pois produziam muitos alimentos exportados para o planeta inteiro.
Mesmo que a guerra termine logo, os seus efeitos vão permanecer durante muito tempo, principalmente no que diz respeito a fertilizantes, grãos, trigo e óleos. Isso tudo, além da alta taxa de desemprego que, quando diminui, os salários oferecidos são menores do que antes.
O Auxílio Brasil tem sido pago, mas a maioria dos beneficiários considera insuficientes os valores recebidos, de acordo com pesquisa Datafolha feita agora. A inflação está descontrolada e o preço dos alimentos subindo, a cada semana, como atestam as donas de casa de todas as classes sociais. Entre os beneficiários do Auxílio, 68% dizem que os valores recebidos são insuficientes e apenas 29% os consideram suficientes. A insatisfação com os valores é mais acentuada entre os desempregados (72%), trabalhadores autônomos (71%) e donas de casa (74%). Entre os desocupados que não estão à procura de emprego, 84% acham o auxílio insuficiente. Um em cada quatro brasileiros afirma que a quantidade de comida disponível em sua mesa foi inferior à necessária para alimentar a sua família nos últimos meses.
A sensação de insegurança alimentar é mais aguda para os mais pobres. Entre os que dispõem de até 2 salários mínimos (R$ 2424,00) como renda familiar mensal, 35% consideram a quantidade de comida em casa insuficiente. 13% dos que têm renda mensal, de dois a cinco salários mínimos (R$ 6060), e 6% dos que recebem de 5 a 10 salários mínimos (R$ 12.120) também disseram que faltou comida na mesa nos últimos meses. Na região Nordeste, é maior a
insegurança alimentar, onde 32% da população dizem que tiveram menos comida do que o necessário nos últimos meses. No Sul, 18% disseram o mesmo. A insegurança alimentar é também maior para os que ficaram sem trabalho ou se viram mais vulneráveis com a pandemia. E a subida da inflação (que não para de subir) agravou o problema nos últimos meses.
É um momento muito difícil que envolve grande parte da população brasileira e
é sentida mais pelas donas de casa de todas as classes sociais.