“Pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder”, disse Biden no sábado (26), ao final de discurso para uma multidão em Varsóvia. Ele descreveu a invasão russa da Ucrânia como batalha em um conflito muito mais amplo entre democracia e autocracia.
A Casa Branca tentou esclarecer as observações de Biden, e o próprio presidente disse nesse domingo que não estava pedindo uma mudança de regime.
Perguntado sobre o comentário de Biden, que teve pouca cobertura na televisão estatal russa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: “Esta é uma declaração que certamente é alarmante”.
“Continuaremos acompanhando as declarações do presidente dos EUA da maneira mais atenta possível”, disse Peskov a repórteres.
Putin tem servido como líder supremo da Rússia desde que Boris Yeltsin renunciou em 1999. O Kremlin diz que Putin é um presidente eleito democraticamente e que o povo russo – em vez dos Estados Unidos – é quem decide quem lidera o país.
A fala de Biden pode alimentar as acusações de autoridades russas de que os Estados Unidos estão interessados em derrubar Putin.
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev afirmou que Washington quer destruir a Rússia, e o chefe do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, afirmou que os EUA procuram provocar uma “revolução colorida” como as da Geórgia, Ucrânia e outros Estados pós-soviéticos.
Para Putin, a “operação militar especial” da Rússia na Ucrânia foi necessária porque os Estados Unidos estavam usando o país para ameaçar a Rússia e que Moscou teve que se defender contra a perseguição.
A Ucrânia rejeita as alegações de perseguição como pretexto infundado para a invasão.