Leitura Bíblica
“Caim teve relações com sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Enoque. Depois Caim fundou uma cidade, à qual deu o nome do seu filho Enoque. A Enoque nasceu Irade, Irade gerou a Meujael, Meujael a Metusael, e Metusael a Lameque. Disse Lameque às suas mulheres: “Ada e Zilá, ouçam-me; mulheres de Lameque, escutem minhas palavras: Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou. Se Caim é vingado sete vezes, Lameque o será setenta e sete”.”
(Gênesis 4.17-18, 23-24 NVI)
Eu estou há quatro dias preso nesse trecho. Tenho um monte de questões não respondidas. Resolvi seguir em frente e aguardar por essas respostas no futuro.
Eu sempre digo que não precisamos desligar o cérebro para crer em Deus. Então tenho confiança de que o entendimento sobre minhas dúvidas virá com o tempo, mas agora vou falar sobre o que já entendi dessa passagem.
A narrativa sobre a Queda continua, depois do fruto proibido e do assassinato, e aqui mostra como a sociedade passa a se estruturar a partir de Caim.
O detalhe é a total ausência de Deus no processo. Uma cidade surge (a primeira!), os diferentes grupos vão se estruturando: pastores, músicos, trabalhadores do metal, meio a um aparente desenvolvimento autônomo, afastado de Deus.
Ao mesmo tempo que esse avanço é contado, a decadência moral crescente é mostrada. A bigamia passa a existir e, no fim, o assassinato não é somente praticado como também celebrado.
O caminho afastado de Deus, escolhido e trilhado por esse pessoal, vai culminar numa sociedade completamente doente, sem padrões morais, onde o amor parece não tomar parte, que está fadada ao fracasso.
O autor parece fazer um contraponto com a linhagem dos que estarão na graça, uma sociedade organizada de modo que será focada na adoração a Deus, no tabernáculo e nos seus sacerdotes (note que não há sacerdote na narrativa de Caim).
Eu penso hoje em quantas vezes não quis ser autônomo de Deus. Quantas “cidades” já não construí completamente apartado da vontade de Deus. Hoje, olhando pra trás, vejo ruínas e compreendo meu fracasso. Não há como obter progresso verdadeiro e duradouro longe de Deus. E ele já explica isso logo no começo de sua Palavra. Entretanto, diversas vezes nos pegamos construindo nossas próprias ideias e cidades, sem contar com a orientação divina.
Não há avanço solitário. O caminho sem Deus é um caminho de perdas, tristeza e sofrimento. Por maior que ele seja um progresso aparente, que no fim, apenas prevalecerá a morte.
Pai amado,
obrigado pelo ensinamento de hoje.
Senhor, sabes que ainda tenho várias dúvidas e questões a serem respondidas, mas aguardarei o teu tempo enquanto sigo firme no caminho indicado por ti.
Que tua bênção nos alcance e tua graça nos conduza.
Em nome de Jesus.
Amém.
Autor: Shailon Ian