Um profissional de saúde realiza um teste finalizado em um local de testes de coronavírus fora dos Serviços Comunitários de Saúde Internacionais no Distrito Internacional de Chinatown durante o surto de doença por coronavírus (COVID-19) em Seattle, Washington, EUA, em 26 de março de 2020. REUTERS / Lindsey Wasson
“É muito triste ver esses dados epidemiológicos do Brasil. Mas, infelizmente, era de se esperar com uma política governamental tão errática e, muitas vezes, contraditória, na qual o próprio presidente da República é contra as orientações do Ministro da Saúde, quando nós ainda tínhamos um ministro”, disse o professor da Universidade Federal de Minas Gerais Unaí Tupinambás, que é referência em Belo Horizonte e integra o comitê formado por infectologistas para combate ao coronavírus na capital mineira.
Há 37 dias, o oncologista Nelson Teich deixou o comando do ministério – segunda baixa no cargo em meio à pandemia do novo coronavírus. “Infelizmente, a gente pode ainda bater novos recordes já que a taxa de letalidade não para de aumentar”, acrescentou.
A infectologista, MBA em Gestão de Saúde e Controle de Infecção Associada a Sistemas de Saúde e mestre em Saúde Pública pela Johns Hopkins, Luana Araújo, classifica a situação atual como uma “tragédia”.
“E não se pode dizer que a tragédia já se encerrou. Independentemente do número bruto de mortes, cada uma delas é um sofrimento imensurável e elas precisam ser respeitadas e sentidas”, disse. “Infelizmente, a gente não pode dizer que vamos parar por aí. A doença está se interiorizando, tem se espalhado rapidamente e isso é extremamente preocupante”, acrescentou. Ela acredita que o problema está bem longe de uma resolução.
De acordo com o Ministério da Saúde, o maior número de casos confirmados ainda continua com o Nordeste (379.297). A Região Sudeste vem logo em seguida, com 377.817. Centro-Oeste conta com 63.553, o Sul com 51.531 e o Norte, com 212.940 casos confirmados. A taxa de letalidade da doença está em 4,7%.