Integrantes da equipe econômica já admitem, nos bastidores, que o governo pode ser obrigado a prorrogar o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais para além dos três meses inicialmente previstos. Depois de o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, admitir esta semana que medidas como essa poderiam ter “vindo para ficar”, o Ministério da Economia divulgou nota ontem negando a possibilidade. Fontes do governo, contudo, reconhecem que a pasta está sendo pressionada a estender o benefício e até torná-lo permanente.
Inicialmente, a previsão era prorrogar o auxílio por mais um ou dois meses. Os técnicos ressaltam, porém, que ainda não é o melhor momento de falar publicamente sobre a hipótese. Enquanto isso, a expectativa é que o presidente Jair Bolsonaro vete a ampliação do auxílio para categorias como cabeleiros e motoristas de aplicativo e rejeite o fim da exigência de o beneficiário não ter recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.Também faz parte dos estudos internos do governo a possibilidade de criação de uma renda básica para depois do auge da pandemia, mas isso não é consenso no Ministério da Economia. O valor do benefício poderia ser menor que os R$ 600.
Militares na mira
O Ministério da Defesa informou que 73.242 militares das Forças Armadas, incluindo ativos, inativos, de carreira e temporários, pensionistas, dependentes e anistiados receberam indevidamente o auxílio emergencial. Em nota, a pasta informou que os comandos das três Força abriram processo para investigar a participação de cada um de seus integrante em irregularidades e que os valores recebidos de forma indevida serão devolvidos à União. A devolução poderá ser feita com o pedido de estorno do crédito bancário ou pagamento via Guia de Recolhimento da União (GRU). Quem não devolver os recursos será inscrito na Dívida Ativa da União e cobrado compulsoriamente.