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ARTIGO: A VACINA É FUNDAMENTAL

Muitos especialistas acham que poderemos ter que
repetir a quarentena mais de uma vez. E acredito que o
Ministério da Saúde e a OMS também. Já que não temos
e nem deveremos ter testes em número suficiente, e em
tempo útil, para toda a população, a tática escolhida é a
de evitar uma concentração de contaminados, pois o
sistema de saúde não aguentaria e perderíamos o
controle.

Assim, só nos resta o isolamento social
resguardando ao máximo as pessoas da contaminação.
Isso permitiria ter capacidade hospitalar suficiente para
poder atender aos contaminados mais graves. Segundo
David Uip, maior infectologista do país, para maior
segurança a quarentena deveria cobrir 70% da
população e, desta forma, tornar-se totalmente eficiente.

Se conseguirmos identificar os que desenvolveram
anticorpos, essas pessoas poderiam ser liberadas para
trabalhar, amenizando a crise econômica causada pelo
isolamento social. Solução mesmo só com a vacina,
quando estaremos todos imunizados e aptos para a vida
normal.

Com o país saindo de uma grande recessão econômica,
com mais de 12 milhões de desempregados, ainda
distante da recuperação econômica, é preciso mais do
que nunca a ação do governo para amparar os
trabalhadores, formais ou não, e as pequenas e médias
empresas. O governo vem fazendo isso, mas é preciso
continuar firme nesta linha, que pode precisar ser
ampliada.

Após a crise – Mas, e quando a Pandemia cessar? Aí,
teremos o nosso maior teste, pois a redução dos danos
que a Covid-19 causará à saúde pública e à economia
depende de uma estratégia de expansão rápida e muito
bem planejada do Estado. Se não estivermos preparados

e não soubermos o que fazer, poderemos gastar muito
mais tempo do que o necessário para voltarmos à
normalidade econômica e produtiva, convivendo muito
mais tempo que o necessário com o desemprego e a
depressão econômica, o que seria terrível para um país
tão combalido.

Dependendo de nós, o pós-crise poderá ser doloroso,
por muito tempo, ou um tempo de renovação e união no
desejo de um país mais justo e homogêneo, sem
esquecer o que mais profundamente nos ensinou essa
crise sanitária: estamos todos no mesmo barco, ricos e
pobres, não existe fuga possível para ninguém.

Como é uma pandemia, com a queda violenta do PIB
global, certamente os organismos internacionais irão
propor planos de recuperação da economia mundial
como o Plano Marshall, que recuperou a economia dos
países devastados e permitiu muitos anos de
prosperidade no mundo, após a Segunda Guerra
Mundial.

Creio que, além da infraestrutura econômica, ferrovias,
portos, rodovias, logística e modernização do sistema de
transporte, corredores de desenvolvimento, o
saneamento ocupará área de grande prioridade. Não
poderemos mais conviver com esse que talvez seja o
maior flagelo da humanidade e causa de mortes e
doenças terríveis. O combate à pobreza e à
desigualdade social será tema fundamental para
equilibrar o mundo.

O Brasil tem grandes chances de rápida recuperação,
mas tem que corrigir as suas mazelas e seus problemas
estruturais. Precisamos nos organizar para isso.
Deveríamos estar fazendo os projetos para estarmos
preparados para a fase pós-pandemia.

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